O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Londrina denunciou, nesta segunda-feira (14), por crime contra a administração pública, o vereador Eloir Valença (PHS); o ex-secretário municipal de Gestão Pública de Londrina, Marco Antonio Cito; o presidente da Sercomtel, Roberto Coutinho Mendes; o diretor de Participações da Sercomtel, Alysson Tobias Lemos de Carvalho; o chefe de gabinete do prefeito Barbosa Neto, Antonio Rogério Lopes Ortega; e o representante da Cooperativa Regional de Coleta Seletiva e Reciclagem da Região Metropolitana de Londrina (Cooprelon), Ludovico José Bonatto.
Os denunciados por corrupção ativa, de acordo com a denúncia do Gaeco, estabeleciam organização criminosa composta por filiados ao diretório municipal do Partido Democrático Trabalhista (PDT) que objetivava a cooptação de membros integrantes do Poder Legislativo Municipal que faziam oposição à administração do prefeito Barbosa Neto, de modo a agregá-los à base aliada para conseguir a aprovação de projetos de lei de interesse do grupo na Câmara Municipal de Londrina.
Na denúncia, o Gaeco esclarece que o grupo de filiados do PDT reuniu-se com o vereador Eloir Valença entre os meses de janeiro e abril de 2012, em local incerto. Ao vereador, eles passaram a prometer, por reiteradas vezes e em oportunidades distintas, vantagem econômica indevida, consistente em quantias em dinheiro, inclusive como auxílio para futuras campanhas eleitorais.
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Valença, valendo-se do cargo público eletivo por ele ocupado, aderiu aos propósitos criminosos do grupo de modo a adotar, sempre que necessário, postura compatível com os interesses perseguidos pelos demais denunciados.
Conforme o MP, ao aceitar a proposta, o vereador associou-se, com caráter de estabilidade e permanência e sob a forma de organização criminosa, para o fim de cometerem crimes diversos, sobretudo contra a Administração Pública especialmente com vistas a impedir a instauração de Comissão Processante em desfavor do prefeito Homero Barbosa Neto.
O Gaeco reforça, na denúncia contra o vereador, que ele, até então, manifestava publicamente sua posição em favor da instauração de tal CP, bem como para fazê-lo votar outros projetos de interesse do grupo consoante orientações dos denunciados.
Por ter aceitado referida proposta, Eloir Valença dolosamente mudou sua posição política, demonstrando publicamente que votaria contra a instauração da Comissão Processante contra o prefeito municipal, chegando a se ausentar de sessão da Câmara Municipal que ocorreu no dia 19 de abril, na qual tal matéria seria votada, com o propósito de evitar que fossem reunidos votos suficientes para a instauração da dita CP, deixando, assim, de praticar ato de ofício em virtude da promessa de vantagem que aceitara.