O ex-assessor parlamentar do vereador Joel Garcia (PDT), José Dutra Neto, se retratou e desmentiu o próprio depoimento feito ao Grupo de Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), no caso sobre o presença de uma suposta funcionária fantasma no gabinete do pedetista, Angélica Alves.
Na época, quatro assessores prestaram depoimentos parecidos, mas uma não. Gian Carla Gracioso Bento foi presa em janeiro por falso testemunho e solta horas depois. Todos foram indiciados por falso testemunho.
Segundo o delegado Alan Flore, o ex-assessor demonstrou arrependido e se disse forçado para prestar tal depoimento. "Recentemente tivemos uma surpresa. Uma pessoa que teria sido indiciado por falso testemunho, disse que a versão apresentada era falsa, se retratando e trazendo novos elementos. Ele alegou que foi orientado para apresentar aquela versão", disse.
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A fala de Dutra desmente documento apresentado pelo advogado do vereador, Maurício Carneiro, em que ele afirma não ter interferido nos depoimentos dos assessores. "Pode configurar também falsidade ideológica", afirmou Flore.
A promotoria do Defesa do Patrimônio Público, que investigou o suposto peculato, agora tem novos fundamentos para comprovar o crime. "Criaram uma versão coesa sobre esse assunto, que agora é desmontado", comemorou o promotor Renato de Lima Castro.
A fala é sustentada por uma profunda confissão. Dutra, que foi exonerado do cargo no último dia 30 de abril, confirmou que Angelica Alves não cumpria expediente na Câmara Municipal. Ele também disse, em depoimento ao Gaeco, que ficava com parte do salário dela, que totalizava R$ 1,1 mil. O rendimento era partilhado com mais dois assessores, incluindo o marido dela, Anilton Carlos Honorato. "Esse inquérito ainda não foi concluído e agora ficou evidenciado falsidade e nos traz a existência de outros crimes", concluiu o delegado.