O ex-secretário de Defesa Social, Benjamin Zanlorenci, afirmou aos jornalistas nesta manhã (17), após depoimento à Comissão Especial de Inquérito da Câmara Municipal que apura irregularidades na criação da Guarda Municipal, que as aulas de tiro foram pagas efetivamente pela prefeitura, mas não foram ministradas.
Ele sustentou, no entanto, que tal serviço foi compensado pelo curso de formação ministrado a 44 alunos de uma quinta turma e, portanto, não havia prejuízos ao erário. Porém, na administração pública, os serviços só podem ser pagos após efetivamente prestados.
Zanlorenci sugeriu que houve falhas por parte da Secretaria de Gestão Pública, cujo titular é Marco Cito. O ex-secretário disse que o contrato inicial entre a Prefeitura e a empresa, no valor de R$ 306 mil, previa um curso de formação para 250 alunos em quatro turmas. Mas, devido à convocação de mais 44 aprovados, uma nova turma foi formada.
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Por falha da Secretaria de Gestão Pública, o contrato não teria sido aditivado e, desta forma, a empresa não poderia receber por este serviço. "A (secretaria de) Gestão deveria ter providenciado uma alteração contratual e aí nós não estaríamos nesta situação", apontou.
Para que a empresa não ficasse sem pagamento, houve uma compensação entre o custo da empresa pela quinta turma e o que ela já teria recebido pelo curso de tiros, nunca realizado. Este curso não foi ministrado, segundo Zanlorenci, em razão de os guardas de Londrina ainda não estarem armados.
"Durante o curso de formação, não houve dolo, não houve má fé, ninguém ganhou dinheiro. A empresa recebeu e trabalhou para isso", disse Zanlorenci.
Desonesto
Questionado pelos jornalistas se não temia ficar com "fama de desonesto" uma vez que foi exonerado pelo prefeito com a justificativa de que agiu de forma inidônea no cargo, o ex-secretário evitou um confronto com Barbosa. "Isso é o prefeito que tem que responder. Mas, agora é a hora da verdade. Temos que mostrar o que foi feito pela Guarda", afirmou, citando pesquisas recentes sobre a aceitação da Guarda Municipal pela população.
Depois de sua demissão, esta foi a primeira vez que o ex-secretário justificou-se publicamente. Ele afirmou também se disse prejudicado pelo relatório da Controladoria do Municipal, documento no qual o prefeito Homero Barbosa Neto se baseou para exonerá-lo do cargo.