O ex-vereador Tito Valle (PMDB), que exerceu o mandato na Câmara Municipal de Londrina entre 2009 e 2012, teria exigido parte dos salários de funcionários de seu gabinete, o que configura enriquecimento ilícito. É o que consta de ação civil pública por improbidade administrativa ajuizada há dois dias pela Promotoria de Defesa do Patrimônio Público, distribuída à 2ª Vara da Fazenda Pública.
Os promotores Renato de Lima Castro e Leila Schimiti, que começaram a investigação há quatro anos, narram que a exigência de parte dos salários de dois funcionários do gabinete ocorreu no início de 2009 com o auxílio de seu então chefe de gabinete Manoel Antonio da Silva. Segundo a ação, Silva, em favor de Tito, exigiu de cada um dos assessores o valor de R$ 300. Como se tratava de "condição para manutenção nos cargos em comissão", ambos entregaram o valor. Em seguida, conforme os promotores, novamente o chefe de gabinete fez exigências aos dois assessores: R$ 200 cada um, que iriam para um "caixa de campanha". Eles se negaram a pagar e foram exonerados.
Na ação, o MP pede a suspensão dos direitos políticos de Tito por dez anos, perda da função pública, perda dos R$ 600 acrescidos indevidamente ao seu patrimônio, além de multa civil. Quanto a Manuel Silva, o segundo acusado, o pedido é de suspensão dos direitos políticos por oito anos e multa civil. O ex-vereador restringiu-se a afirmar que os "fatos são inverídicos" e que somente após ser citado comentaria a ação. Silva não foi localizado ontem.