Parte dos deputados entrevistados nesta segunda-feira pela Folha avalia que os veículos de comunicação no Paraná rádios, tevês e jornais dependem financeiramente do poder público para sobreviver.
Os deputados consideraram elevados os gastos efetuados com propaganda pelo governo anterior, que foram de R$ 54 milhões no último ano de mandato de Jaime Lerner (PFL).
''Foi muito para poucos e pouco para muitos'', comentou o deputado Nelson Garcia, do PTB, sobre a distribuição de verbas para os veículos de comunicação.
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Para Garcia que integrou a base de apoio a Lerner nos últimos anos e que recebeu dinheiro do governo Lerner , a mídia é bastante dependente do governo estadual. Garcia tem rádios no Interior.
O deputado Renato Gaúcho (PDT), que trabalha em rádio, avalia que a publicidade do governo é necessária nos meios de comunicação de massa, porque presta serviço nas áreas de saúde e educação, por exemplo.
''O governo precisa tornar públicos alguns atos, e o faz através da propaganda oficial. Até aí não tem problema'', disse.
O pedetista, porém, avalia que os gastos da gestão Lerner na área de propaganda foram excessivos.
De forma geral, Renato Gaúcho disse que a dependência dos meios de comunicação dos anúncios públicos é ruim.
''Pode ser danosa porque vem em detrimento da informação'', argumentou.
O deputado Carlos Simões (PTB), outro político que é proprietário de rádio, tem opinião diferente.
Na avaliação de Simões, nem todos os meios de comunicação são dependentes dos repasses governamentais.
''Eu já aprendi a não depender disso, fazemos economia. Não acredito que a imprensa seja dependente'', disse.
Simões, que também integrava a base de Lerner na Assembléia, afirmou que campanhas nas áreas de saúde, por exemplo, devem ser bem divulgadas, até para beneficiar a população.
O que ele critica é o eventual uso da propaganda em benefício pessoal.
''Infelizmente, nem sempre a propaganda é usada só em campanhas para informar a população'', comentou.
Fernando Ribas Carli (PP) disse que a imprensa não depende dos anúncios do poder público. ''A imprensa não está subordinada a nenhum poder'', afirmou.
Em relação ao dinheiro injetado em propaganda na gestão anterior, Carli considerou o montante ''previsto''.
''Eles tinham uma previsão, dentro do orçamento'', disse.
O deputado Barbosa Neto (PDT), que apresenta um programa na tevê, considerou alto o montante destinado à publicidade no governo Lerner.
''E o funcionalismo sem aumento desde 1995'', criticou.
Barbosa Neto disse que a publicidade do governo, quando voltada para a utilidade pública, é normal.
O que não pode acontecer, segundo ele, é o ''dinheiro usado para calar a boca do comunicador''.
O ex-governador Jaime Lerner (PFL) não quis comentar nesta segunda-feira os valores gastos pelo seu governo com propaganda e comunicação, divulgados domingo pela Folha, no último ano de seu mandato.