O Brasil está adotando todas ações possíveis para retirar do Iraque os brasileiros que desejarem abandonar esse país diante de uma eventual guerra com os Estados Unidos. A informação foi dada pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, nesta quinta-feira, em audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado. Amorim disse que "reabrir a embaixada brasileira no Iraque, neste momento, poderia ter a repercussão de uma provocação".
Em debate com os senadores sobre a política externa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sobre o conflito no Oriente Médio, Amorim disse que apesar de o Brasil não pertencer ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, está mantendo um importante diálogo e sendo ouvido por vários governos, na ênfase que está dando à paz.
O senador Hélio Costa (PMDB-MG) lembrou ao chanceler que, nas décadas de 80 e 90 o Brasil e o Iraque mantiveram estreitas relações comerciais. Várias empresas brasileiras instalaram-se no Iraque e lá vivem ainda muitos brasileiros. Celso Amorim disse que há dificuldades para o contato com os brasileiros porque a embaixada foi fechada e não há escritório consular, mas que o Ministério está atento a eventuais pedidos de abandono daquele país.
Leia mais:
Câmara aprova castração química para condenados por pedofilia
Um sucesso, diz médico de Lula sobre procedimento na cabeça para evitar novos sangramentos
Alep adiciona oito mil sugestões populares ao orçamento do Paraná
Previsto no Lote 4, Contorno Leste deve ficar para depois de 2030
"O Brasil é um país de tradição pacífica e está passando por uma reforma social fundamental que é muito respeitada no mundo. O presidente Lula tem muito prestígio e isso nos dá margem de influência junto aos países membros e não membros do Conselho (da ONU)", destacou o chanceler.
O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante, lembrou que na Espanha o povo defende a paz, enquanto o governo é a favor da guerra. Na Inglaterra, o governo de Tony Blair defende a guerra e mais de um milhão e meio de pessoas saíram às ruas para manifestarem-se contra a guerra. Para o senador, "aqui no Brasil há identidade entre o governo e o povo na defesa da paz".