A despeito da polêmica em torno da deputada Cristine Brasil (PTB-RJ), o ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República, Carlos Marun, disse que o governo mantém a disposição de lutar na Justiça para que ela possa assumir o Ministério do Trabalho.
"O governo reafirma sua disposição de lutar para que seja reconhecida pela Justiça a prerrogativa constitucional do presidente da República de nomear os seus ministros, o que está cabalmente estabelecido no artigo 84, inciso I, da Constituição. Isso já foi reconhecido por quatro dos cinco juízes demandados em primeira instância, e pelo presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que, analisando o mérito, decidiu dessa forma", disse o ministro.
"E em relação a toda a essa situação (polêmica em torno da deputada Cristine Brasil), o governo reafirma, eu repito, esta luta. Entendemos que ela vale a pena porque nunca é demais lutar pela democracia e pelo Estado de Direito", acrescentou o ministro.
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Neste sábado, 3, o jornal O Estado de S.Paulo mostrou que Cristiane é alvo de um inquérito que apura suspeitas de associação com o tráfico durante a campanha eleitoral de 2010. A investigação foi enviada na sexta-feira (2) à Procuradoria-Geral da República (PGR), em Brasília, porque Cristiane possui foro privilegiado.
A situação da deputada deve ser o principal assunto da reunião da bancada do PTB, na terça-feira, 6, após a volta do recesso parlamentar. Segundo um deputado, vai haver uma pressão para que o partido indique outro nome para o Ministério do Trabalho. O parlamentar diz que "não dá mais", que é "muito desgaste" para a sigla e que é preciso dar "um xeque-mate".
Nesta semana, circulou na internet um vídeo em que a deputada aparece a bordo de uma lancha, com amigos, em trajes de banho, e se defende das acusações sobre as ações trabalhistas.
Cristiane é filha do presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson. Ela foi nomeada ministra no dia 4 de janeiro, mas, no dia 8, sua posse foi suspensa pela Justiça Federal do Rio. Uma ação popular questiona a escolha de Cristina para o Ministério do Trabalho, pois a deputada já foi condenada em um processo trabalhista.
No dia 20 de janeiro, o vice-presidente do STJ, ministro Humberto Martins, suspendeu a liminar, mas, no dia 22, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, decidiu suspender temporariamente a posse da deputada.