Os partidos de oposição no Senado - PSDB e PFL - ameaçaram hoje em discurso trabalhar contra a tramitação e votação das reformas da Previdência e tributária, caso o texto aprovado na Câmara não sofrer modificações. O PDT, que pertence à base governista, também fez coro com a oposição.
Obtiveram por parte do líder do governo, Aloizio Mercadante (PT-SP), a avaliação de que foi um "erro" fazer a tramitação das duas reformas ao mesmo tempo e que serão os senadores os responsáveis pelo formato final do texto.
O tom mais duro foi adotado pelo líder do PSDB na Casa, Arthur Virgílio (AM). Os tucanos contam com 11 senadores.
Leia mais:
Bolsonaro sai em defesa de militares suspeitos de plano para matar Lula
MP do TCU pede suspensão do salário de militares indiciados pela PF
Jair Bolsonaro pode pegar até 28 anos de prisão por tentativa de golpe
Golpismo pode levar Bolsonaro a 28 anos de prisão e a mais de 30 inelegível
"A partir de hoje cessam todos os compromissos de votar e deixar tramitar a reforma tributária e a reforma da Previdência", afirmou. "Ou se faz Justiça, ou o PSDB fará o que está a seu alcance para evitar a tramitação da reforma, que passa também a ser alvo de barganha política legítima. Se não fizerem Justiça, não votam a reforma neste ano, nem em ano algum. Doa a quem doer."
Ironias e reação
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) preferiu ser irônico em suas críticas ao texto. Segundo ele, "a reforma é um verdadeiro crime contra todos os Estados". "Agora Copacabana e Ipanema estão no Nordeste com a reforma", afirmou, ironizando a inclusão de parte dos Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro no fundo de desenvolvimento regional.
Também atacaram o texto os senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE), José Agripino (PFL-RN) e Lúcia Vânia (PSDB-GO).
Em seguida, Mercadante pediu a palavra para reafirmar sua posição de que seria prerrogativa do Senado debater a reforma tributária. Ele disse que a oposição estava seguindo por um caminho de "radicalização do discurso".
"Desde o início digo que o Fórum para a reforma tributária neste país é este tapete azul do Senado Federal, que era um erro jogar duas reformas na Câmara, porque não tem a representação dos Estados", afirmou. "É bom que a Câmara termine a votação do jeito que der e a gente repactue aqui em base de diálogo."
Informações Folha Online