Deputados investigados na Justiça e envolvidos em escândalos no Congresso estão entre os primeiros indicados para formar o Conselho de Ética da Câmara. O colegiado deve ser instalado na quarta-feira e terá como primeiro desafio analisar a conduta da deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), flagrada em vídeo recebendo dinheiro do ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal Durval Barbosa, pivô do "mensalão do DEM".
Até essa sexta-feira, 11, foram indicados 10 dos 30 membros do colegiado, entre titulares e suplentes. Desses, dois tem pendências com a Justiça, um ganhou destaque pela contratação de parentes e outros dois se notabilizaram em casos de colegas que ficaram sem punição.
Veterano no conselho, Abelardo Camarinha (PSB-SP) é réu em quatro ações no Supremo Tribunal Federal (STF), além de estar sob investigação em outros seis inquéritos. Ele responde a processos por crime ambiental, de responsabilidade, contra a lei de licitações e contra a honra. Na lista dos inquéritos estão acusações por crimes contra a ordem tributária, finanças públicas, de responsabilidade e improbidade administrativa.
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Camarinha minimiza a quantidade de processos. Segundo ele, as pendências são relativas às suas gestões como prefeito de Marília e se diz inocente. "Se a Madre Tereza de Calcutá fosse prefeita, também teria seis ou sete processos contra ela". O deputado admitiu deixar o conselho se forem feitos questionamentos sobre os processos aos quais responde. Ele defende a abertura de processo contra Jaqueline Roriz. "Se eu ficar no Conselho, vou ser favorável que se apure, porque aquele dinheiro não tem origem nem foi declarado à Justiça Eleitoral".