O vereador Jacks Dias (PT) esteve na sede do Ministério Público na manhã de hoje (26) para prestar depoimento no inquérito que investiga suposta prática de concussão – a extorsão praticada por servidor público – mas recusou-se a dar qualquer declaração. Desta forma, ele acabou indiciado.
De acordo com o delegado do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Allan Flore, empresários já confirmaram que efetivamente foram coagidos a pagar uma quantia mensal a Dias.
O crime teria ocorrido entre 2006 e 2008, quando era secretário de Gestão Pública de Nedson Micheleti (PT). Ele teria exigido entre R$ 4 mil e R$ 6 mil mensais para não rescindir o contrato com a empresa Setrata. "Já existe a comprovação de que houve saques da contabilidade da empresa, para pagar em dinheiro, o então secretário", disse o delegado Allan Flore. "Já temos o depoimento de proprietários da empresas de que se sentiram pressionados a pagar o valor mensal. Essa declaração foi suficiente para indiciar o vereador", explicou.
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Em entrevista coletiva, o advogado de Jacks Dias, João dos Santos Gomes Filho – o mesmo que defendeu o PT quando o partido foi acusado de fazer um caixa dois para reeleger Nedson Micheleti em 2004 – confirmou que um depósito foi feito ao Partido dos Trabalhadores pela empresa, mas não especificou valor.
"Independe se o dinheiro foi para o partido ou para o secretário. O que importa para configurar o crime de concussão é a coação para receber a vantagem indevida", comentou o delegado Flore.