A distribuição de santinhos tornou-se opção de emprego temporário durante a campanha eleitoral, principalmente para jovens que enfrentam o desemprego em Londrina. Com dificuldades financeiras por causa dos meses parados, a "profissão" cabo eleitoral é uma alternativa com rendimento de até R$ 900 por mês.
Uma jovem de 20 anos, que trabalha para um vereador de Londrina, candidato a deputado estadual, contou ao portal Bonde que não consegue manter um emprego fixo e viu na campanha eleitoral uma oportunidade de ganhar mais durante meio período de expediente.
"Eu parei de estudar na oitava série e por isso é mais difícil arrumar um emprego. O máximo que eu fiquei em um serviço foi um mês como operadora de caixa em um supermercado. No final do mês, vou receber R$ 900 e já estou pensando em continuar trabalhando na panfletagem", disse a cabo eleitoral que iniciou a atividade no último dia 2.
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Questionada se iria votar no candidato, ela respondeu que já tinha votado no vereador e que deve repetir a escolha no dia 5 de outubro.
Mãe de dois filhos, moradora do Vista Bela, zona norte de Londrina, trabalha em um toldo no Calçadão na distribuição de "santinhos" para três candidatos. A zeladora de 28 anos estava há quatro meses desempregada e começou a trabalhar para sustentar os filhos.
"Fiquei muito tempo sem trabalhar, pois não tinha vaga na creche. Espero que os candidatos eleitos possam melhorar a educação e o número de vagas nas creches", protestou.
Além de distribuir os panfletos, a cabo eleitoral disse que ainda tenta "ganhar votos" para os candidatos no momento que entrega o "santinho"."O salário mínimo que eu vou ganhar neste mês vai ajudar muito. Estou pensando em arrumar outro emprego no segundo turno", planejou.
Desempregado há dois meses, um jovem de 22 anos vai trabalhar nas últimas duas semanas para um partido com contrato no valor de R$ 700. O cabo eleitoral aprova o emprego das 13h às 18h e diz que pode voltar ao trabalho nas próximas eleições municipais caso esteja desempregado novamente.
Apesar de estar contente com a ocupação temporária, o jovem afirmou que consegue separar o trabalho de cabo eleitoral da responsabilidade de votar. "O fato de trabalhar na campanha não influencia a minha escolha no dia da eleição. Ainda estou em dúvida se vou votar nos candidatos que estão nos panfletos que eu entrego", revelou.
A campanha eleitoral também pode ajudar na experiência profissional dos jovens sem empregos. Pelo menos essa é a esperança de uma jovem de 19 anos, que trabalha em recepção de eventos, mas estava sem trabalho desde o início do ano.
"Eu fui atrás e comecei a distribuir panfletos no começo da campanha. Além do salário de R$ 900, acho que isso pode me ajudar a arrumar outros empregos no futuro", comentou.