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Justiça manda prender ex-prefeito de Fazenda Rio Grande

Redação - Folha do Paraná
01 ago 2001 às 15:55

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A Delegacia de Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba, prendeu o ex-secretário municipal de Finanças, Emílio Sakuna e o ex-contador Luiz Gonzaga Boarão. Eles são acusados, junto com o ex-prefeito Celso Luiz Soares Rocha (PSB) - que está foragido, de improbidade administrativa, estelionato, peculato (desvio de dinheiro público), formação de quadrilha e enriquecimento ilícito.

As acusações tomaram como base as quatro representações contra o ex-prefeito feitas pela Procuradoria Municipal. As representações foram encaminhadas para a delegacia, onde quatro inquéritos estão em andamento.

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O delegado José Carlos de Oliveira pediu na última sexta-feira a prisão preventiva dos três suspeitos. O promotor substituto de Fazenda Rio Grande e titular de Campina Grande do Sul, Otacílio Sacerdote Filho, aprovou a solicitação policial. "O Poder Judiciário analisa agora com mais rigor os crimes de colarinho branco. Nos autos existem provas e indícios suficientes que apontam os acusados como autores dos delitos praticados. A preventiva é necessária para assegurar a aplicação da lei penal", justificou.

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A juíza substituta de Fazenda Rio Grande, Ilda Eloísa Corrêa, acolheu o pedido de prisão. Mas em vez de decretar prisão preventiva, ela concedeu uma temporária de cinco dias para que as investigações pudessem ser aprofundadas sem a interferência política dos acusados. "Não há dúvida de que houve crime de quadrilha", diz o despacho da juíza, expedido por volta das 16 horas de terça-feira.

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Com a prisão de Sakuna e Boarão, apenas o ex-prefeito ainda está foragido. Entre os casos de desvio de recursos detalhados nos inquéritos está o de notas fiscais supostamente frias e que seriam expedidas pela Construtora JK. Os valores somariam R$ 300 mil.


"Fomos nos endereços das notas fiscais. Batem em uma residência", explicou o delegado. De julho a dezembro de 2000, a prefeitura teria descontado R$ 196 mil dos salários dos funcionários para encaminhar a uma empresa de financiamento de crédito para servidores municipais por conta de empréstimos. No entanto, os valores não foram repassados.

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A atendente de serviços gerais da Prefeitura Municipal, Nilza de Souza Pereira, 48 anos, recebia bruto R$ 168,00. Com o desconto, o salário ficava em R$ 139,00. No entanto, não se sabe para onde foi o dinheiro. "Achei que estava pagando o empréstimo que tinha feito. Mas a empresa não recebeu nada", comentou ela.


Outros casos de licitações possivelmente fraudulentas e de obras registradas nos livros de caixa e não realizadas estão sendo investigados. "O valor do que eles desviaram ainda é incalculável. Achamos que com a prisão deles, muitos outros fatos surjam", analisou Oliveira.

Sakuna e Boarão não quiseram falar com a imprensa. Boarão apenas disse que é inocente. "É uma injustiça isto que eles estão fazendo comigo", afirmou.


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