O servidor comissionado da Prefeitura de Londrina e ex-superintendente da Sociedade Rural do Paraná (SRP) José Carlos Bruno de Oliveira teve o nome aprovado para o Conselho de Administração (CA) da Sercomtel, na semana passada, durante Assembleia de Acionistas. Ele vai ocupar o lugar de Silvana Cristina Pires, empossada ainda na administração do ex-prefeito José Joaquim Ribeiro (à época no PSC). Com a indicação de Oliveira, o município completa os três conselheiros de sua escolha para o cargo, com o vice-prefeito Guto Bellusci (PSD) e o empresário Carlos Adati (PSD), presidente do CA. Os outros integrantes vem da sócia Copel.
Embora Oliveira já tenha exercido mandato de vereador em Cornélio Procópio (Norte) e tenha atuado durante três anos ao lado de Alexandre Kireeff (PSD) na presidência da SRP, o prefeito rechaça uma eventual indicação política. Kireeff defendeu o currículo do aliado no setor empresarial. Conforme informações da assessoria de imprensa da Sercomtel, Oliveira tem experiência em Gestão Empresarial, Marketing Empresarial Público, Relações Institucionais e Marketing Político. "Conheço a capacidade dele e posso dizer que é uma das indicações mais técnicas que já fiz", argumentou o prefeito. Quanto ao histórico político do aliado, Kireeff desconversou. "Não sei se já foi vereador, nem se está em algum partido. Isso não seria levado em conta." A FOLHA falou com Oliveira, mas ele afirmou que, por motivo de agenda, não poderia conceder entrevista ontem.
Filiados em comissão
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Na relação de comissionados do primeiro escalão da prefeitura, a reportagem apurou, pelo menos, seis filiados a partidos políticos. Conforme relatório do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), entre os filiados ao PSD, mesmo partido do prefeito, estão Paulo Arcoverde (secretário de Governo), Sandro Nóbrega (Obras), Paulo Cesar Valle (Procuradoria), José Luiz Vicente (Coordenador Distrital) e Bruno Veronesi (Codel). Também José Roberto Hoffmann (PMN), na Cohab, e Sonia Gimenez (PSDB), na Acesf, são representantes de outras siglas no Executivo.
Kireeff, contudo, manteve o discurso de escolhas técnicas "com posição independente". Na defesa das suas nomeações, o prefeito afirmou que a presença de secretários com ligações políticas não significa que os respectivos partidos estejam atuando na administração. "Na nossa administração não tem cota partidária, são pessoas que fazem bons trabalhos nas suas áreas e foram chamadas para um projeto de governo e não projeto de poder."
Questionado se a ausência de apoio político neste primeiro ano à frente do Executivo teria causado dificuldades para implantação de propostas, Kireeff negou. "Temos liberdade para debater. Os secretários podem, por exemplo, colocar as suas posições sem se preocupar com possível divergência do partido a que pertencem." O prefeito comentou, ainda, que não sabia das filiações ao seu partido do secretário Sandro Nóbrega e José Vicente. "Depois que assumi a prefeitura, me licenciei da presidência (do PSD) e não acompanho as filiações."
Ele admitiu que o PSD teve insatisfações internas. "Muita gente que trabalhou na campanha tinha a esperança de trabalhar na prefeitura, mas depois mostramos como seria a administração e compreenderam."