O único laudo do cadáver do ex-diretor da Banestado Leasing e ex-secretário de Esportes e Turismo Osvaldo Magalhães dos Santos tem uma série de irregularidades, de acordo com o deputado estadual Mário Sérgio Bradock (PMDB), relator da CPI do Banestado.
Alguns dados que constam no laudo, como cor de cabelo e altura, não bateriam com o físico de Osvaldo Magalhães, morto em acidente de carro em 7 de setembro de 1998.
A CPI quer pedir à Justiça a exumação do corpo de Osvaldo Magalhães, já que surgiram dúvidas quanto à identidade do cadáver. Osvaldo Magalhães é acusado pelo Ministério Público estadual e federal de ter provocado prejuízo de R$ 400 milhões (a CPI calcula R$ 600 milhões) na Banestado Leasing, na época em que foi diretor, entre 1995 e 1996. Ele teria facilitado empréstimos para empresas sem garantia de pagamento.
Leia mais:
Câmara aprova castração química para condenados por pedofilia
Um sucesso, diz médico de Lula sobre procedimento na cabeça para evitar novos sangramentos
Alep adiciona oito mil sugestões populares ao orçamento do Paraná
Previsto no Lote 4, Contorno Leste deve ficar para depois de 2030
O acidente, no qual Osvaldo Magalhães dirigia um veículo Ômega que bateu contra um caminhão, foi bastante grave. O corpo dele ficou mutilado. Como o Instituto Médico Legal (IML) não conseguiu reconstituir a face dele, o caixão de Osvaldo Magalhães ficou lacrado durante o velório.
''Não existem nem fotografias, nem ao menos tiraram impressões digitais do morto'', disse Bradock. Segundo ele, o laudo informa que o cadáver tinha cabelos grisalhos, sendo que Osvaldo Magalhães tinha cabelos pretos. Ele morreu com 38 anos. Outra falha, explica o deputado, é referente à altura. ''Pelas nossas informações, Osvaldo Magalhães tinha 1,62 de altura, mas o laudo informa que o cadáver tinha 1,74'', acrescentou.
A reportagem tentou confirmar com o IML se os procedimentos sugeridos por Bradock eram necessários. Um dos médicos consultados disse que a identificação só poderia ser feita por impressão digital. Outro afirmou que se algum conhecido faz o reconhecimento, não é preciso outros procedimentos. Mas nenhum quis dar informações completas por causa da repercussão do caso de Osvaldo Magalhães.
O diretor do IML, Carlos Elke Braga Filho, não atendeu o pedido para entrevista feito pela Folha. Na semana que vem, a CPI quer ouvir pessoas envolvidas na morte de Osvaldo Magalhães para elucidar as dúvidas. ''Também encaminhamos ofício pedindo informação à Polícia Rodoviária Estadual, ao Instituto de Criminalística, ao IML'', explicou o presidente da CPI, Neivo Beraldin (PDT).