Se fosse avaliada apenas pela celeridade com que analisa processos e soluciona conflitos, a Justiça seria reprovada em todas as regiões metropolitanas do País. É o que mostra o Índice de Confiança na Justiça (ICJ-Brasil), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgado ontem. Nas sete regiões que compõem a pesquisa, mais de 90% das 1.598 pessoas entrevistadas criticam a velocidade de trabalho do Judiciário. Na média, 92,6% da população considera a Justiça lenta. Essa proporção chega a 93,1% no Rio de Janeiro e 94,6% em Brasília.
A avaliação de que o Judiciário peca pela morosidade, no entanto, não derrubou no primeiro trimestre a nota conferida à Justiça. Pelo contrário, houve avanço ante os três últimos meses de 2009, passando de 5,8 para 5,9 numa escala que varia entre 0 e 10. A alta, na avaliação da FGV, foi puxada pelo subíndice de percepção, que mede a opinião das pessoas sobre a Justiça. O item registrou no primeiro trimestre alta, passando de 4,7 para 4,9.
Outro subíndice que apresentou melhora foi o de comportamento, que estima o total de pessoas que ingressariam, caso necessário, na Justiça. O item subiu de 8,1 para 8,2 pontos. A coordenadora do ICJ-Brasil, Luciana Gross Cunha, observou que o indicador manteve a tendência verificada em 2009, de críticas quanto à morosidade do Judiciário, mas imagem do poder melhorou junto ao público. ''É possível perceber que quanto maior é o acesso das pessoas à Justiça melhor é a sua avaliação.''
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A coordenadora salientou que, embora a imagem do Poder Judiciário tenha melhorado, a questão do acesso ainda é crítica. Mais da metade das pessoas entrevistadas pela pesquisa (58,3%) considera difícil ingressar com ações na Justiça.