O ex-governador do Paraná Jaime Lerner afirmou nesta terça-feira (1), em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as concessões nas rodovias do Estado, que o saldo da implantação das praças de pedágio foi "virtuoso". Segundo ele, a medida, adotada pela primeira vez em seu governo, possibilitou que vidas fossem poupadas e muitas oportunidades oferecidas à população, com geração de empregos e avanço da economia.
"A gente não pode esquecer que o poder público é sempre uma trajetória, onde você tem obrigação de abrir caminhos e também de ter a humildade de aceitar as correções quando a população assim exige. Mas tudo o que foi feito foi para beneficiar o Paraná.", disse.
Em relação aos aditivos dos contratos, firmados em 2000 e 2002, quando ainda era governador, e em 2005, Lerner alegou que foram necessários, o que não significa que "as coisas não precisem melhorar". "Saí há doze anos do governo. Não tenho condições de dizer se houve super lucro (por parte das concessionárias) ou não. Mas posso dizer que o povo do Paraná ganhou com isso. Agora, como fazer para melhorar, para ampliar o número de obras, para evitar esse contencioso que se estabeleceu no Estado durante oito anos e que prejudicou a continuidade das obras, é isso que precisa ser verificado", completou.
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O processo que requer a anulação de todos os aditivos e a volta do contrato original firmado com as seis concessionárias estava em fase de perícia técnica. No entanto, foi suspenso por ordem do governador Beto Richa (PSDB), que tanta acordo judicial com as empresas.
De acordo com o deputado Alceu Maron Filho, autor do requerimento que solicitou o convite a Lerner, a CPI sai mais forte desse depoimento. "Havia um receio muito grande na vinda do governador Jaime Lerner, que nós saíssemos da questão técnica e entrássemos numa questão demagógica, politiqueira, e não foi o que aconteceu. Foi um debate muito produtivo, que eu tenho certeza que vai nos ajudar a fazer o relatório final".