O líder do PT na Câmara dos Deputados, Vicentinho (SP), disse hoje (6) que o PMDB precisa definir se está na oposição ou na situação. "Nenhum partido da base do governo pode ter duas caras. Não se pode ser oposição e situação ao mesmo tempo", ressaltou Vicentinho, ao comentar a postura do PMDB no Congresso.
O partido vem se posicionando contra o governo em votações consideradas prioritárias para a presidência e articulou a formação de um bloco informal de deputados para pressionar o Planalto na liberação de emendas parlamentares.
O líder do PT defendeu a manutenção do diálogo para chegar a um entendimento. "Eu recomendo que o governo continue dialogando. Esses partidos são importantes. O PMDB tem uma história longa com o país", destacou Vicentinho.
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De acordo com o deputado, na próxima semana, o governo começará a mandar ao Congresso ministros para conversar com os líderes partidários e ouvir as demandas dos parlamentares.
Vicentinho disse ainda não acreditar que o PMDB, que ocupa a Vice-Presidência da República e comanda cinco ministérios, venha a sair do governo. "O PMDB não é um partido da base aliada, ele é um partido do governo. O PMDB está intrinsecamente ligado à estrutura do Estado brasileiro. Quem tem um vice-presidente não pode se dar o luxo de sair do governo", ressaltou.
O deputado considerou eleitoreira a proposta de criação de uma comissão externa para investigar denúncias de que uma empresa holandesa pagou propina a funcionários da Petrobras. O requerimento do PSDB teve apoio do blocão e entrou na pauta do plenário na semana passada. O governo lançou mão de manobras de obstrução e a votação acabou adiada. A proposta voltará à pauta na semana que vem. "Uma comissão de deputados que vai do Brasil à Holanda e não vai conseguir informações – é uma iniciativa da oposição, em ano eleitoral. Precisamos olhar com cuidado e refletir sobre isso", definiu Vicentinho.