A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de proibir a reprodução, na propaganda política de José Serra, da entrevista de Ciro Gomes a uma rádio baiana, não significa o fim dos ataques no horário eleitoral. A liminar concedida ontem pelo ministro Carlos Caputo Bastos não impede que o PSDB utilize outras imagens de Ciro. ''A proibição refere-se à imagem divulgada na terça'', disse o líder do PSDB na Câmara, Jutahy Júnior.
Apesar disso, a decisão foi comemorada pela Frente Trabalhista. ''O despacho do ministro foi muito bom, quase não permite recurso'', afirmou o advogado de Ciro, Hélio Parente. ''Não podemos prevenir ataques, mas o TSE deve ampliar a nossa capacidade de defesa cada vez mais.'' O vice na chapa de Ciro, Paulo Pereira da Silva, explicou que a decisão do TSE mostra a Serra que baixaria não resolve nada. ''Foi mais uma derrota do Dragão da Maldade'', afirmou. Os advogados de Ciro entraram ontem à noite com um complemento da ação. Querem incluir as quatro inserções transmitidas desde o primeiro processo para aumentar o direito de resposta, caso seja aprovado.
O clima no comitê de Serra, contudo, estava longe de aparentar derrota. Os tucanos não demonstravam arrependimento e deixam no ar a sensação de que pode vir mais chumbo grosso por aí. ''Não fizemos juízo de valor. Apresentamos Ciro como ele é de fato. Prestamos um serviço de utilidade pública'', complementou o líder do PSDB. ''Além de demonstrar agressividade, o candidato demonstrou ignorância intelectual. Na Suíça tem presidente sim, apesar de o regime ser parlamentarista.''