O Ministério Público (MP) de Londrina ofereceu nesta segunda-feira (17) denúncia criminal, ao Tribunal de Justiça do Paraná, contra o atual prefeito de Londrina, José Joaquim Ribeiro (sem partido) e o ex-prefeito Barbosa Neto (PDT) no esquema de pagamento de propina a agentes públicos durante a compra de uniformes escolares. Ao todo, 19 pessoas foram denunciadas.
Em entrevista coletiva, o promotor do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Cláudio Esteves, afirmou que em três processos licitatórios fraudados para beneficiar empresas do mesmo grupo foram desviados R$ 3,8 milhões dos cofres públicos. "Essas empresas venciam as licitações para venda de uniformes escolares e materiais com valores em sobrepreço, criando um desvio de dinheiro público", explicou.
Esteves também ressaltou que para que as empresas envolvidas fossem beneficiadas no resultado final do certame, agentes públicos receberam pagamento de propinas, que totalizaram cerca de R$ 540 mil, entregue aos integrantes da quadrilha.
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De acordo com a denúncia, Ribeiro teria recebido R$ 150 mil e a ex-secretária de Educação, Karin Sabec, teria ficado com a quantia de R$ 10 mil. Ainda conforme a denúncia, Barbosa Neto pode ser um dos principais beneficiados com o restante dos valores, estimado em R$ 380 mil.
"Havia uma destinação para o grupo. Não há, exceto em um dos episódios, uma destinação exclusiva para uma única pessoa. Talvez, o dinheiro em cada um dos fatos tenha tido um único destinatário. Mas, não acreditamos que isso tenha ocorrido em todos os fatos e, portanto, há possibilidade de que vários deles tenham ficado com algum valor" acrescentou Esteves, lembrando que mesmo se o envolvido não tenha retido parte do dinheiro, ele cooperou com o esquema e cometeu delito.
Ele afirmou que além do depoimento dos empresários indiciados, os pagamentos foram comprovados a partir da "movimentação financeira" das empresas.
De acordo com o promotor, a denúncia descreve duas quadrilhas que foram formadas, uma entre agentes públicos e outra entre particulares, que acabaram se "somando" e "convergindo para prática de delitos".
Questionado sobre o papel do ex-prefeito Barbosa Neto, Esteves lembrou que "a denúncia imputa a ele a liderança da facção".