Em encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Luiz Marinho, condicionou Lula usar um boné da central ao atendimento, por parte do governo, às reivindicações da CUT em relação à reforma da Previdência. Em tom de brincadeira, Lula respondeu: "Então nós termos que esperar o final da reunião".
Segundo relatos de Marinho, o presidente Lula teria dito que não poderia atender às reivindicações feitas pela CUT "porque o jogo está na Câmara". O presidente da CUT foi embora de Brasília com o boné vermelho na bagagem.
A CUT defende a retirada do redutor de 5% ao ano até o teto das aposentadorias; o aumento do teto de R$ 2.400,00; o aumento da isenção da cobrança de inativos para acima de R$ 1.058,00, e o aumento da proteção das pensões até o teto de R$ 1.058,00.
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Marinho ressaltou, porém, que a central está disposta a negociar com o governo e espera do presidente Lula diálogo para o debate. "Nós estamos abertos à negociação. Eu tenho experiência vasta de negociação e quero exercê-la neste momento. Mas, infelizmente, o governo, para com o movimento sindical, não exerceu para valer a negociação no que diz respeito à Previdência. A CUT se sente desprestigiada nesse processo", afirmou.
Ele fez ainda duras críticas à condução política da reforma previdenciária. Segundo o sindicalista, o governo vem batendo cabeça desde que a reforma chegou ao Congresso.
O presidente da CUT afirmou que a entidade vai continuar fazendo pressão na Câmara e, se não conseguir mudar a proposta [na Casa], vai continuar a fazer pressão no Senado. "Se não mudar da forma que queremos em plenário, na Câmara, nós vamos insistir no Senado até o último segundo, disse.
Também participaram da reunião os ministros Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência) e José Dirceu (Fazenda) e Ricardo Berzoini (Previdência).