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Viagem à África

Lula diz que é preciso encorajar democratização

Redação Bonde
17 abr 2005 às 17:35

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Encorajar a democratização da África foi um dos principais objetivos da viagem presidencial ao continente, especialmente na Guiné-Bissau – um dos países mais pobres do mundo, que ficou em guerra civil até 1999 e ainda passou por golpe de Estado em 2003.

Em visita de quatro horas à Bissau, capital do país, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu-se com o presidente e o primeiro ministro e conversou com todas as mesas e comissões da Assembléia Nacional. "A presença do presidente é muito importante para estimular o respeito às normas estabelecidas na Carta de Transição", destacou o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. Desde 1984 Guiné-Bissau não recebia a visita de um presidente brasileiro.

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"Que país nós queremos daqui a 20 ou 30 anos? O que queremos deixar para os nossos filhos? Um mundo igual ou pior do que aquele que recebemos de nossos pais, ou um mundo melhor? Esse desafio só pode ser construído na democracia. Esse objetivo só pode ser construído em um mundo de paz", enfatizou o presidente Lula em reunião ampliada com governantes e ministros da Guiné-Bissau.

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Durante a visita não foram assinados novos acordos entre os dois paises mas, segundo o chanceler, o Brasil vem cooperando com o parceiro de língua portuguesa na área agrícola e no combate à Aids (em janeiro, durante visita do chanceler Celso Amorim ao país, foi assinado protocolo para a segunda fase do programa de cooperação internacional HIV/Aids).

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Amorim também lembrou a ajuda "emergencial" oferecida às Forças Armadas locais, com a doação de US$ 500 mil ao Fundo Especial da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.


"Uma das razões da instabilidade política é o grau de pobreza das forças armadas", afirmou o chanceler em Bissau, durante a missão presidencial. A longo prazo, o governo brasileiro pretende cooperar na reestruturação e profissionalização das Forças Armadas de Guiné-Bissau.

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Na última semana, o Brasil enviou 750 toneladas de equipamentos de informática ao país africano, para auxiliar na realização de sua próxima eleição presidencial, marcada para o dia 19 de junho.


Os computadores foram cedidos pelo Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais. Também avança o projeto para criação de um centro de formação profissional com apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), semelhante a outro feito em Angola, com previsão de cursos para formação de pedreiros, carpinteiros, pintor e eletricista.

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Em uma segunda etapa, estão previstas atividades relativas à promoção social, como alfabetização, saúde, nutrição, educação ambiental e esportes.


"O Brasil, como país que tem maior economia, como país que tem mais conhecimento científico e tecnológico, como país de maior inserção nesse mundo globalizado, o Brasil tem a obrigação, não de ser generoso, o Brasil tem a obrigação de dar a sua contribuição para que os países menores e mais pobres possam crescer, se desenvolver e gerar qualidade de vida para o seu povo", afirmou o presidente Lula durante a curta visita. Em reconhecimento, a Guiné-Bissau reiterou seu apoio ao pleito brasileiro para uma vaga permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas.


O comércio bilateral é irrelevante. O Brasil não compra nada daquele país, apenas exporta e em volumes muito baixos. Em 2004, o Brasil vendeu para a Guiné-Bissau US$ 284,5 mil. Mais de 50% foram carnes de frango congelada, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Fonte: Agência Brasil


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