Em palestra para defensores públicos, ontem, no Rio, o candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, disse que seu programa de governo não é para um mandato e sim para 15 anos. Apesar de ter trabalhado no projeto, Lula não reivindica sua autoria, independentemente dos rumos políticos. ''Fizemos um programa de governo completo, que sempre esteve à disposição de governos, partidos e políticos. Não queremos paternidade, mas que as políticas públicas sejam colocadas em prática'', disse.
O presidenciável voltou a afirmar que os políticos precisam ouvir mais e falar menos. ''Não se ouve mais a sociedade, os trabalhadores, os empresários. Um novo contrato social tem que ser feito neste país'', argumentou.
Ele também reclamou do discurso da cena política atual, que tem sido pautado pelo economês que tem dominado a campanha eleitoral. ''Agora são os yuppies do mercado que falam de economia. Não se ouve mais o Delfim Netto e o Saturnino Braga'', criticou. ''Queremos discutir os problemas sociais. Há milhões de jovens desempregados, sem conseguir entrar numa faculdade. Se o Estado não oferecer uma política pública para eles, o narcotráfico irá oferecer.''
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Para o candidato, sem a retomada do diálogo entre o poder executivo e a sociedade fica difícil governar. ''Não posso tomar decisões sozinho. Que história é essa? Eu aprendi a fazer política ouvindo. Não existe nada nesse mundo que diga que o poder é solitário. Mesmo porque, o que há de puxa-saco...'', ironizou, arrancando aplausos e gargalhadas da platéia.
No encontro com os defensores públicos, o candidato também falou sobre seu programa para a área de segurança. ''Vinculamos o combate à violência a um processo imenso de investimentos em educação, saúde e cultura'', disse. O acesso à Justiça, segundo Lula, tem que ser um direito garantido pelo Estado. O programa de segurança do petista foi elogiado em carta assinada por defensores públicos de todo o país.