No final da manhã desta terça-feira (05), antes de sair para seus últimos compromissos em Nova Delhi (Índia), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou à imprensa que não acredita no envolvimento do seu irmão mais velho, Genival Inácio da Silva – o Vavá - com quadrilhas envolvidas na exploração ilegal de jogos de azar. Na manhã de ontem a Operação Xeque-Mate da Polícia federal fez uma busca na casa do irmão do presidente, em São Bernardo do Campo. Vavá foi indiciado por tráfico de influência no Executivo e exploração de prestígio no Judiciário.
"Conheço o meu irmão há 61 anos, sou capaz de duvidar que meu irmão tem algum problema, mas de qualquer forma, se a PF fez a investigação, está feita a investigação e isso vale para qualquer um dos 190 milhões de brasileiros", afirmou.
O presidente disse que ainda não sabe detalhes do ocorrido, que ainda não falou com Genival e que nem conseguirá falar hoje, pois embarca daqui a pouco para a Alemanha. Ele confirmou, porém, ter conversado sobre o caso com o ministro da Justiça, Tarso Genro, na manhã de hoje. "O Tarso só disse que tinha feito a operação, que tinha investigado a casa do meu irmão e eu acho que isso é normal", relatou o presidente.
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Indagado por jornalistas sobre qual sua posição como irmão, e não como presidente, respondeu: "Obviamente que como irmão eu tenho um carinho pelo Vavá extraordinário", disse Lula. "Não acredito que o Vavá tenha qualquer envolvimento com qualquer coisa. Agora, como Presidente da República, tinha uma autorização judicial e o nome dele aparecia. Paciência, todos nós estaremos submetidos às investigações que sejam feitas para apurar qualquer delito cometido no Brasil. É preciso fazer esta distinção correta e esperar que haja apuração. Vamos aguardar".
Com relação à prisão de Dario Morelli Filho, que seria amigo íntimo da família do presidente, Lula disse que não teve notícias mas confirmou ser padrinho do filho de Dario. "Fui informado que talvez ele estivesse na lista, mas depois não conversei mas com o Tarso. Vou ver amanhã. Se foi preso vai ser investigado, interrogado e depois haverá o veredito", disse.
Operação Xeque-Mate
A Polícia Federal desencadeou ontem, a partir de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, a Operação Xeque-Mate. De um total de 120 acusados que estão na lista das prisões, 77 foram presos em seis Estados, entre eles dois ex-deputados, oficiais da Polícia Militar, delegado de polícia, advogados e empresários. Eles responderão por tráfico de drogas, contrabando, falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva, sonegação fiscal, formação de quadrilha, tráfico de influência, exploração de prestígio e até tortura.
No Paraná, a Polícia Federal cumpriu dois mandados de prisão. Um dos detidos foi o empresário Paulo do Carmo Sgrinholi. Já o ex-deputado federal pelo Paraná, Nilton César Servo (PSB), conseguiu escapar ao cerco. Ele é acusado de ser um dos principais exploradores da máfia dos caça-níqueis.