Como se estivesse em um palanque eleitoral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou nesta sexta-feira, na cidade de Alto Araguaia (MT), prometendo, entre outras coisas, renovar o sistema de transportes no país e provar que vai fazer em "quatro anos o que os outros não fizeram em dez ou em 15 anos".
Em evento que marcou a inauguração do terminal ferroviário Ferronorte, Lula disse que seu governo irá tocar obras ferroviárias, rodoviárias e hidroviárias, para que haja melhorias no escoamento de produtos e nas condições de trabalho no setor. "Vamos fazer um sistema intermodal de transporte, que possa combinar a ferrovia, a hidrovia e a estrada", afirmou.
Lula também prometeu lançar um projeto de renovação da frota de caminhões do país, nos moldes do Moderfrota (programa de financiamento de máquinas e implementos agrícolas), criado em março de 2000, e que facilita o financiamento na compra de tratores.
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"Nós estamos discutindo criar para os caminhões uma coisa similar ao moderfrota. Tentar renovar a frota de caminhões neste país para os motoristas autônomos, porque a gente não pode ficar com os caminhões velhos com uma média de 18 anos trafegando nas estradas brasileiras, colocando em risco a vida do caminhoneiro e de quem está por perto", afirmou.
Entre outras promessas do presidente, estão a construção da rodovia que liga as cidades de Cuiabá (MT) a Santarém (PA), programas de incentivo a agricultura familiar e microcrédito, a construção de uma agência da Caixa Econômica Federal no município do Alto Araguaia, e a ampliação do sistema ferroviário local até a cidade de Rondonópolis (MT), onde esteve pela manhã.
"Quero dizer aqui meu governador [Blairo Maggi, do PPS-MT] que não vai ser por causa de alguns poucos milhões de reais que a gente não vai levar essa ferrovia até Rondonópolis", afirmou.
Na companhia do governador de Mato Grosso do Sul, José Orcírio dos Santos, o Zeca do PT, e do ministro dos Transportes, Anderson Adauto, Lula também prometeu lançar um pacote de medidas para ampliar o número de assentamentos rurais no país.
Ele responsabilizou os conflitos no campo à ausência de políticas agrárias ao longo dos últimos 50 anos. Segundo ele, o Brasil sempre deixou por último intervenções em áreas importantes. "Se tivéssemos feito reforma agrária, como o mundo todo fez, não teríamos violência no campo, disputa de terra neste país", afirmou.