Depois de reforçar esta semana a articulação política do governo ao se reunir, em duas ocasiões distintas, com senadores do PMDB e do PT, em Brasília, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva planeja ter um novo encontro reservado com sua afilhada política, a presidente Dilma Rousseff, na semana que vem.
Ainda não há data nem local para a conversa, a segunda entre os dois desde o último dia 13, quando Dilma foi a São Paulo e encontrou-se com o ex-presidente num hotel. De acordo com interlocutores ouvidos pelo Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o presidente quer passar a Dilma as impressões colhidas no jantar com senadores petistas na última quarta-feira, 25, e no café da manhã com peemedebistas, na residência oficial de Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, na quinta, 26.
Preocupado com a crise política e econômica que recai sobre o governo Dilma, Lula decidiu assumir pessoalmente as costuras políticas do governo. Sua primeira tarefa foi apaziguar os ânimos do PMDB. A principal legenda aliada se queixa da estratégia adotada pelo Palácio do Planalto de tentar isolá-la com o fortalecimento dos partidos dos ministros Gilberto Kassab (PSD) e Cid Gomes (PROS).
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Na conversa que tiveram em 13 de fevereiro, após um longo período de afastamento, Lula aconselhou Dilma a viajar pelo País e explicar o ajuste fiscal elaborado por sua equipe econômica. Também defendeu que o Planalto sele uma trégua imediata com o PMDB, fiel da governabilidade.
Poucos dias depois, o petista desembarcou em Brasília. Num jantar com senadores do PT, afirmou aos presentes que, para relaxar a tensão política, Dilma deve incluir seu vice, Michel Temer (PMDB), no núcleo duro de decisões do Planalto.
O grupo, apelidado de G-6, é formado apenas por ministros petistas - Aloizio Mercadante (Casa Civil), Pepe Vargas (Relações Institucionais), Miguel Rossetto (Secretaria-Geral), Jaques Wagner (Defesa), Ricardo Berzoini (Comunicações) e José Eduardo Cardozo (Justiça).
No dia seguinte, na casa de Renan, Lula fez um afago ao peemedebista, disse que era preciso mudar a correlação de forças na coalizão e ouviu críticas dos parlamentares do PMDB pela perda de protagonismo no governo.