O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse ontem à noite, após palestra na sede do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, que o orçamento de sua pasta deve cair praticamente pela metade, como resultado do programa de cortes de gastos de R$ 50 bilhões anunciado pelo governo federal. De acordo com a assessoria do ministério, o orçamento das Comunicações deve passar de cerca de R$ 950 milhões para R$ 450 milhões.
Depois de proferir a palestra na capital paulista, Bernardo disse que terá uma reunião com os técnicos do ministério amanhã (dia 17) para definir os programas e os projetos que terão que ser cortados. "Vamos trabalhar com o orçamento que for definido para nós e vamos ter de nos adequar", afirmou. "Vamos ter de cortar viagens, diárias, uma série de coisas. O Ministério das Comunicações vai fazer tudo isso."
Apesar da restrição orçamentária, Bernardo disse acreditar que os projetos prioritários do ministério deverão ser mantidos. "O relato que recebi é de que esses (os principais programas) serão preservados", disse.
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Segundo ele, a Telebrás não sofrerá cortes e deverá receber R$ 300 milhões previstos no Orçamento da União. "A Telebrás não teve cortes no orçamento, porque as estatais têm orçamentos separados da União", explicou. "O que tem na Telebrás que pode ser afetado é o repasse do Tesouro de R$ 300 milhões, mas ele não será afetado."
Entre os projetos prioritários do Ministério das Comunicações estão o de popularização da banda larga e os programas de inclusão digital, como os telecentros. "Até onde sei, uma boa parte desses recursos está reservada para a gente trabalhar sem problemas", afirmou. Ontem, durante a tarde, a secretária de Orçamento do Ministério do Planejamento, Célia Correa, informou que o governo publicará na segunda ou na terça-feira da próxima semana o decreto de programação orçamentária, que detalhará os cortes em cada ministério.