Ex-chefe de gabinete pessoal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, disse nesta quinta-feira, 21, que está com o coração "sangrando" com o "sofrimento dos nossos companheiros", ao comentar a prisão de ex-dirigentes do Partido dos Trabalhadores. Na avaliação do ministro, a visita de parlamentares do PT aos petistas presos na Papuda é uma "reação natural de solidariedade". Carvalho, no entanto, não soube responder se pretende visitá-los.
"Sem reforma política, nós não temos condição de aprofundar a democracia no País. E não temos a condição de ter partidos decentes no País. Eu digo isso com o coração sangrando, porque nós estamos sangrando com o sofrimento dos nossos companheiros que estão passando o que estão passando nesses dias, eu nem preciso falar", discursou o ministro na 5ª Conferência Nacional das Cidades, em Brasília, sendo interrompido por aplausos da plateia formada por militantes e representantes de movimentos sociais.
"E vamos lembrar que tudo isso é decorrência de uma prática a que nós fomos sempre induzidos por causa do maldito financiamento empresarial de campanha. Nós temos de dar um grito de libertação dos nossos militantes políticos e impedir que se continue no País o financiamento privado, empresarial de campanha", prosseguiu.
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"Sabe por quê? Porque é esse financiamento que permite a terrível dependência dos parlamentares em relação ao poder econômico. Os que são contra o financiamento privado de campanha são a favor de corrupção, não tem como acabar com corrupção sem acabar com esse financiamento empresarial de campanha", disse Carvalho. Após o escândalo do mensalão, o PT passou a defender a bandeira do financiamento público de campanha como forma de reação às denúncias.
Visita
Questionado por jornalistas sobre a visita de parlamentares do PT à Papuda, o ministro disse que considera o gesto uma "reação natural de solidariedade". "A solidariedade é um sentimento que está acima de qualquer cor partidária. Acho que não cabe ficar avaliando solidariedade, é uma reação das pessoas", comentou.
"Eu não fui visitar. Eu não sei ainda (se vou). Eu não quero falar do mérito. Qualquer coisa que eu falar é ruim. A nossa expectativa é que haja uma resolução do Supremo o quanto antes. É só isso que eu posso falar", disse. Para Carvalho, esta é uma "hora muito delicada" e a situação do ex-presidente do PT José Genoino é uma "questão humanitária".