O promotor Maurício Lopes disse hoje não ter ficado satisfeito com os testes de leitura e escrita a que o deputado eleito Francisco Everardo Silva, o Tiririca, foi submetido hoje em audiência no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP). Lopes afirmou que teve o direito de acusação cerceado pelo juiz Aloísio Silveira e garantiu que entrará com um mandado de segurança para ter seus pedidos validados na Justiça. Entre eles, o promotor pediu a realização de uma pericia técnica, contratada de forma particular para comprovar se Tiririca sabe ler e escrever e a quebra do sigilo fiscal e bancário do deputado eleito, cujos bens estariam em nome de terceiros.
Em seu perfil na rede de microblogs Twitter, o deputado federal eleito agradeceu, às 21h56, pelo apoio manifestado por internautas ao longo do dia e disse acreditar que vencerá a celeuma jurídica. "Quase lá, galera. Vamos vencer", escreveu. "Obrigado pela força!"
A assessoria do TRE-SP informou que, ao deixar a sede do tribunal, Tiririca entregou a funcionários da corte um cartaz de protesto contra maus tratos aos animais e disse que seu primeiro projeto, a ser apresentado na Câmara, após assumir o cargo, será sobre o tema.
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"Na avaliação do Ministério Público, do ponto de vista do crime de falsidade ideológica, persisto nessa causa e do ponto de vista material, o crime é absolutamente inconteste", afirmou. O promotor afirmou que Tiririca admitiu ter tido ajuda da mulher para redigir o documento apresentado à Justiça Eleitoral, o que caracteriza o crime de falsidade documental. "É indelével que o documento foi produzido de forma fraudatória", afirmou. "Não foi ele que fez o documento. Não foi escrito de próprio punho", acrescentou.
O promotor terá cinco dias, contados a partir de hoje, para apresentar suas considerações finais. Tiririca deixou o TRE pouco antes das 22h, acenou para a imprensa mas não falou com os jornalistas. Sobre o teste feito por Tiririca, o promotor disse que ele lê melhor do que escreve. "Ele leu. Não farei considerações sofre a fluência e a velocidade com que leu", afirmou. Sobre o teste escrito, ele disse não ter ficado satisfeito com o resultado. "Não vou entrar no mérito no que ele errou. Os vocábulos que ele errou ou não. Mas segundo os parâmetro do Ministério da Educação, para ser alfabetizado, uma pessoa tem apresentar leitura, escrita, interpretação e aritmética. Isso houve. Mas do ponto de vista do Ministério Público, não foi satisfatório", afirmou Lopes.