O presidente do diretório estadual do PT, deputado Edinho Silva, disse nesta quarta-feira, 14, que não se pode misturar a crise do governo Dilma Rousseff com sua base aliada e as negociações envolvendo as alianças partidárias para as eleições municipais deste ano. "Se está acontecendo é um erro, precisamos corrigir", afirmou o dirigente durante o seminário "O modo petista de governar", promovido pela bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo.
No momento em que o pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, enfrenta dificuldades para fechar alianças em torno de seu nome, o deputado estadual frisou que o partido precisa ser capaz de resolver seus problemas em São Paulo independentemente das questões federais. "Se misturarmos governo com política de alianças, estaremos cometendo um imenso erro. Nós estaremos jogando sobre o governo uma pressão que não é dele e trazendo para a política de alianças a capacidade de solução que não é nossa", ressaltou.
Na opinião do cacique petista, é natural haver mudanças de lideranças do governo na Câmara e no Senado e que, neste momento, o Palácio do Planalto está apenas "recompondo" sua base. "O governo tem de construir um governo de coalizão e acomodar a coalizão com a sua lógica. E, como partido, temos de construir a política de alianças com a nossa lógica", disse.
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Edinho Silva acredita que os problemas do governo em Brasília não vão atrapalhar as negociações de apoio a Haddad e condenou a "ansiedade" em torno da definição das alianças do PT na capital paulista. "Acho que tem uma ansiedade em relação a capital que não pode ser nossa. As coisas estão dentro de seu tempo. Essa ansiedade só atrapalha", analisou. De acordo com ele, as conversas com os partidos da base do governo federal acontecerão "com tranquilidade", uma vez que os acordos poderão acontecer até o meio do ano. "Esse é um momento de conversação. Se tiver ansiedade, vai errar", insistiu.
Já o vereador José Américo, do Conselho Político de Haddad, fez coro ao presidente do diretório estadual e aposta que a crise não chega em São Paulo. "O principal elemento da crise é o PMDB, que já tem seu candidato em São Paulo (o deputado federal Gabriel Chalita). O PR e o PSB (com quem o PT paulistano tem mais chances de fechar aliança) não estão no epicentro desta crise", avaliou o vereador.
O deputado estadual também minimizou as pesquisas de intenção de voto que apontam Haddad com 3%. "Quem está plugado em eleição somos nós (políticos) e a imprensa. A sociedade não está olhando para eleição. Fernando Haddad vai crescer, vai ter um bom desempenho eleitoral. (O crescimento nas pesquisas) vai acontecer quando o eleitor estiver preocupado com a eleição", previu.