O ex-governador de São Paulo, José Serra (PSDB-SP) fez nesta quarta-feira, 6, um discurso crítico à condução da economia no País e disse que, pela situação atual, "não será tarefa fácil" exercer a Presidência no próximo mandato. Serra participou de uma teleconferência promovida pela consultoria GO Associados, com tema "Tendências da conjuntura e desafios para a política econômica".
Quem vencer a eleição em 2014, segundo Serra, vai encontrar cenário de "déficit em conta corrente elevado, o famoso desequilíbrio externo", além do chamado "custo Brasil". Ele mencionou que, "até pouco tempo", havia uma previsão menos pessimista a respeito da economia no próximo ano.
No entanto, ele citou que o quadro "piorou", com déficit em conta corrente na direção de 4% do PIB, "perspectivas de crescimento seguiram modestas" e as tentativas de aumentar investimentos no país via concessões e via partilha "não andaram como o governo previa". Para o tucano, 2013 foi anunciado como um ano de forte retomada dos investimentos públicos, mas "isso não andou".
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Serra criticou a expansão dos gastos com seguro-desemprego em um cenário de mercado de trabalho aquecido, segundo ele provocado por políticas salariais: "Pouca mudança estrutural, pouca mudança qualitativa e mais despesas", criticou.
Para o tucano, haverá pressões na saúde, área que precisa de mais recursos, e na educação "se gasta cada vez mais e o produto ou resultado é igual ou pior". Ele apontou ainda alta inflação e as perspectivas que "não são boas" para a balança comercial. Serra avaliou que a pressão sobre o dólar e "a ideia de que o dólar está barato" vai gerar uma aceleração no aumento dos juros. Segundo ele, essa situação produzirá mais pressão sobre a inflação que, lembrou, tem efeito sobre os resultados eleitorais.