O Ministério Público do Paraná apresentou nesta terça-feira (13) nova denúncia criminal sobre o suposto esquema de contratação de funcionários fantasmas e desvios de dinheiro da Assembleia Legislativa do Paraná. Nessa situação, que representa um rombo total de cerca de R$ 13 milhões nos cofres públicos, são 13 denunciados, alguns já incluído na ação penal proposta pelo MP-PR em 3 de maio.
Os novos fatos referem-se à contratação de parentes e pessoas relacionadas ao corretor de imóveis Daor Afonso Marins de Oliveira – ele e os filhos seriam responsáveis pelo "pagamento" às pessoas que cediam os nomes para as nomeações irregulares. Os promotores de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) assinam a denúncia.
Na ação ajuizada hoje, o Ministério Público aponta 18 situações que caracterizam crimes de formação de quadrilha, peculato, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro, relacionados à contratação de servidores comissionados pela ALEP com o propósito de desviar verba pública em benefício do grupo que dirigia o esquema. Algumas das pessoas que "cediam" nomes e dados para as contratações recebiam de R$ 600 a R$ 800 mensais – embora estivessem "contratadas" por vencimentos que chegavam a cerca de R$ 30 mil.
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Há relatos, inclusive, de pessoas que teriam recebido dinheiro diretamente do então diretor geral da ALEP, Abib Miguel. O Gaeco verificou que alguns dos denunciados sabiam de pronto que teriam os nomes usados indevidamente. Outros, não, mas quando descobriam a situação acabavam aceitando entrar no esquema em troca de pagamentos mensais – apenas em uma situação apontada na denúncia foi verificado desconhecimento total por parte da pessoa que teve o nome usado pela quadrilha. Ela não foi incluída na ação.
Foram denunciados nesta terça-feira Abib Miguel, José Ary Nassiff, Cláudio Marques da Silva, Daor Afonso Marins de Oliveira, Marlon Christian Luccas de Oliveira (filho de Daor), Maureen Louise de Oliveira (filha de Daor), Roseli do Rocio Luccas de Oliveira (esposa de Daor), Clori Maria de Oliveira, Luiz Alonso Luccas de Oliveira, Eduardo José Gbur, Pierre José Gbur, Alessandro Gbur e Glaucilene de Souza Gbur. (Com informações do Ministério Público do Paraná)