Confirmado pela presidente Dilma Rousseff como novo líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS) teve seu nome citado no curso das investigações da Operação Lava Jato. Contudo, ele não virou alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF).
Em delação premiada, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto disse ter ouvido dizer que, quando Delcídio era diretor de Gás e Energia da estatal, entre 2000 e 2002, o atual senador teria recebido valores supostamente ilícitos da empresa francesa Alstom.
Em parecer enviado ao STF no início de março, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, considerou como "muito vagas" as declarações de Costa e recomendou não dar prosseguimento a uma investigação formal contra o petista.
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O ministro Teori Zavascki, relator dos casos da Lava Jato no STF, concordou com a posição do Ministério Público de arquivar as apurações contra Delcídio.
Alvo da Lava Jato no Supremo, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), criticou Rodrigo Janot por não ter incluído o petista na lista de investigados.
Em março do ano passado, logo após a deflagração da operação policial, Delcídio e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), envolveram-se numa troca de acusações pública sobre a indicação do ex-diretor da Área Internacional da estatal Nestor Cerveró, atualmente preso.
Em tom de ironia, Renan disse que Delcídio não indicou Cerveró para "roubar a Petrobras". Delcídio rebateu o peemedebista, atribuindo a ele o apadrinhamento de Cerveró.
O ex-diretor está no centro da polêmica em torno da compra da refinaria de Pasadena (EUA). Foi ele o responsável pelo parecer considerado pela presidente Dilma Rousseff tecnicamente falho, em nota enviada ao Estado.
O Tribunal de Contas da União apontou um prejuízo de U$S 792 milhões na compra da refinaria, mas não incluiu Dilma, presidente do conselho de administração da estatal na época da operação, entre as responsáveis pela transação.