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Julgamento do mensalão

Para STF, suposta pressão de Lula gera 'perplexidade'

Agência Estado
29 mai 2012 às 14:02

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Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) reagiram à suposta pressão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tentar adiar o julgamento do mensalão, conforme versão do colega Gilmar Mendes. Os integrantes da Corte, porém, asseguram que não há qualquer possibilidade de adiamento do processo.

O ministro Marco Aurélio Mello disse nesta segunda que ficou perplexo com o episódio. "Nós ministros ouvimos muita coisa. Temos que dar um desconto", afirmou. "O que ressoa muito mal é (Lula) ter articulado (a suposta pressão) com viagem a Berlim, (e com a) CPMI", disse.

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De acordo com o relato feito por Gilmar Mendes à revista Veja, Lula teria insinuado que ele poderia ser investigado pela CPI do Cachoeira e o questionou sobre uma viagem que fez à Alemanha onde encontrou-se com o Demóstenes Torres (sem partido-GO), investigado por envolvimento no esquema do contraventor Carlos Cachoeira. O ex-presidente, conforme a revista, sugeriu que Mendes estaria blindado se o julgamento do mensalão ficasse para depois das eleições.

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Decano do STF, Celso de Melo classificou como "negativo e espantoso" o episódio. "Se ainda fosse presidente da República, esse comportamento seria passível de impeachment por configurar infração político-administrativa, em que um chefe de poder tenta interferir em outro", destacou em entrevista ao site Consultor Jurídico.

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Ele classificou o episódio como "anômalo na história do STF". "Tentar interferir dessa maneira em um julgamento do STF é inaceitável e indecoroso. Rompe todos os limites da ética. Seria assim para qualquer cidadão, mas mais grave quando se trata da figura de um (ex) presidente da República."


Calendário

Mas a suposta tentativa de Lula de alterar o calendário do mensalão não seria viável. Uma semana antes da reunião entre Gilmar e Lula no escritório do ex-ministro Nelson Jobim, a data do julgamento estava praticamente certa. Na semana anterior, o ministro Ricardo Lewandowski, revisor do processo e dono do calendário do julgamento, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que liberaria seu voto até o final de junho. O processo, portanto, teria início em agosto.


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