Os 6,63 milhões eleitores do Paraná, o sexto maior colégio eleitoral do País, vão às urnas hoje para decidir quem será o governador do Estado pelos próximos quatro anos. Nos últimos três meses, Alvaro Dias (PDT) e Roberto Requião (PMDB) gastaram sola de sapato pedindo votos. Perderam peso, perderam a voz, mas mantêm a esperança de voltar ao Palácio Iguaçu.
A expectativa do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) é de que até a meia-noite já exista uma definição de quem será o sucessor de Jaime Lerner (PFL), mesmo que a totalização dos votos ainda não esteja concluída. Nas eleições do dia 6, a divulgação dos resultados atrasou.
No segundo turno, as campanhas foram mais intensas que no primeiro. Desta vez, o tempo foi enxuto e as costuras para aglutinar apoio consumiram muita energia dos candidatos e suas equipes de coordenação. Até o tempo para gravações dos programas do horário eleitoral gratuito foi menor, o que, no entanto, não foi suficiente para livrar o eleitor das baixarias na tevê e no rádio.
A Polícia Militar (PM) já está a postos para as eleições. O esquema será o mesmo do primeiro turno. Praticamente todo o efetivo da corporação será mobilizado para garantir a segurança e o cumprimento da legislação eleitoral neste domingo. Mesmo assim, o comando da PM admite que é impossível garantir policiamento constante em todos os 5.270 locais de votação no Estado, como deseja a Justiça Eleitoral.
As principais preocupações da PM são evitar a propaganda de boca de urna e a venda e consumo de bebidas alcoólicas em locais públicos. No Paraná, 9.176 homens e 1.726 viaturas estarão nos locais de votação, além de fazer o policiamento normal. Serão feitas rondas periódicas nas diversas seções. Somente na Capital estarão nas ruas 2.956 policiais, e 250 viaturas. A PM vai atuar em conjunto com as polícias Civil, Federal e Guarda Municipal.
Somente em Curitiba, nas eleições de 6 de outubro, o Centro de Triagem para onde vão os infratores da legislação eleitoral o chamado ''cadeião'' reuniu 65 pessoas, liberadas logo em seguida. O cadeião vai funcionar no mesmo local, o ginásio de esportes da Pontifícia Universidade Católica (PUC), no bairro Prado Velho.
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As ruas das cidades, que deram muito trabalho às prefeituras para serem limpas, vão voltar a ficar cheias de papéis e santinhos dos candidatos.
Na véspera da decisão do quadro político no Estado, Alvaro Dias e Roberto Requião analisaram o processo eleitoral de 2002. Cada um ao seu estilo, não pouparam críticas à Justiça Eleitoral. Ambos desconsideram a possibilidade da derrota hoje e, embora ainda não divulguem nomes que vão compor a próxima equipe do governo, já iniciam as articulações para isso.
Alvaro admite que o seu maior adversário na campanha do segundo turno foi a 'onda Lula'. Se pudesse começar novamente a campanha, diz que estruturaria melhor a sua equipe de comunicação. Mas considera que esta campanha foi muito mais fácil do que a de 1994, quando diz ter enfrentado ''um verdadeiro massacre econômico''.
Requião criticou as baixarias das quais foi vítima durante a campanha. Se eleito, promete iniciar imediatamente um ''diagnóstico da realidade econômica''. A partir daí, vai solicitar aos deputados mudanças no orçamento do Estado para 2003.