Integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas estão reunidos, em Cuiabá (MT), com o delegado da Polícia Federal (PF) Diógenes Curado Filho, responsável pelas investigações da tentativa de compra de dossiê contra políticos tucanos. As informações são da Agência Brasil.
O objetivo do encontro é "trazer à luz uma série de questionamentos sobre a armação", disse o sub-relator de Sistematização e Controle da CPMI, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), ao embarcar na última quinta-feira (5), à noite, para a capital mato-grossense. "Queremos saber a origem do dinheiro e qual a motivação do pagamento de R$ 1,7 milhão [pelo dossiê]."
Sampaio viajou acompanhado de outros três sub-relatores para buscar informações sobre a tentativa de compra do dossiê: os deputados Júlio Delgado (PSB-MG), Vanessa Graziotin (PcdoB-AM) e Paulo Rubem Santiago (PT-PE).
Leia mais:
Gerson Guariente avalia que o Orçamento de 2025 será difícil de ser realizado por Tiago Amaral
Isenção de IR para quem ganha até R$ 5.000 só ocorrerá com condições fiscais, dizem Lira e Pacheco
Código de Posturas será debatido em audiência pública na Câmara de Londrina
Kassio rejeita notícia-crime de Boulos contra Tarcísio no TSE por fala sobre PCC
O parlamentar adiantou que levará ao encontro um cruzamento de informações das investigações sobre os com as investigações dos Correios. Foram levantados dados do inquérito da PF, do banco de dados das CPMIs dos Correios e dos Sanguessugas e de notícias divulgadas pela imprensa. O levantamento foi feito pelo deputado e por técnicos da comissão na madrugada de quinta-feira para sexta-feira (6).
Na avaliação de Sampaio, o organograma mostra que as pessoas envolvidas na compra do dossiê tinham ligação direta ou indireta com o ex-presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini: "Não tem como ele não saber."
Na sexta-feira, Berzoini se licenciou da presidência do partido, cargo que ocupava desde o início do ano. Em entrevista coletiva na sede do PT em São Paulo, ele afirmou não ter "qualquer temor" em relação a "qualquer investigação".
A Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores decidiu expulsar quatro filiados por envolvimento com a negociação de um dossiê: Expedito Veloso, Jorge Lorenzetti, Oswaldo Bargas e Hamilton Lacerda.
Conheça o cargo que ocupavam e a acusação sobre cada um dos quatro ex-filiados:
Expedito Veloso – ex-diretor de gestão de risco do Banco do Brasil. Licenciou-se do cargo para trabalhar na campanha de Lula. É acusado de ter ido à Cuiabá analisar a veracidade dos documentos junto com Gedimar Passos.
Jorge Lorenzetti – chefiava o núcleo de informações e inteligência da campanha à reeleição de Lula. Em depoimento à PF, admitiu ter interesse no dossiê, mas afirmou que recusou pagar por ele. Lorenzetti enviou Expedito Veloso e Gedimar Passos a Cuiabá para analisar a veracidade dos documentos.
Oswaldo Bargas – ex-secretário do Ministério do Trabalho. Responsável pelo capítulo de trabalho e emprego do programa de governo da campanha à reeleição de Lula. Ele e Lorenzetti teriam participado de negociações com a revista Época para a compra do dossiê.
Hamilton Lacerda – ex-coordenador de comunicação da campanha do senador Aloizio Mercadante (PT-SP) ao governo de São Paulo. Segundo Lorenzetti, o dossiê seria entregue a ele.
Por falta de quórum, a CPMI adiou para esta terça-feira (10) o início da análise de mais de 150 requerimentos.