A Polícia Federal já instaurou inquérito para investigar denúncia do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que divulgou nesta terça-feira (20) ter recebido um áudio no qual duas pessoas dialogam e um deles reclama de ter sido "esquecido" pelo parlamentar.
A PF vai ouvir o deputado e fará uma perícia no áudio do CD-ROM apresentado pelo parlamentar. Cunha é o nome do PMDB que disputa a Presidência da Câmara dos Deputados. Ele disse que o caso representa uma tentativa de "alopragem" contra sua candidatura.
Em nota, a PF informou, ainda, que a denúncia de Cunha não atribui "a autoria da gravação a qualquer membro da Polícia Federal". O deputado havia encaminhado o CD-ROM ao Ministério da Justiça, cobrando investigação do caso, o que demandou providências da PF. Em entrevista coletiva, no final da manhã de hoje, ele sugeriu que a PF teria atuado em parceria com o governo para prejudicá-lo.
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Cunha contou que foi procurado no sábado, em seu escritório no Rio de Janeiro, por um suposto policial federal portando cópia de uma gravação telefônica. Segundo o peemedebista, esse homem disse que a cúpula da Polícia Federal estaria orquestrando uma "montagem" para envolvê-lo em denúncias, de forma a prejudicar sua campanha ao comando da Câmara.
O Broadcast apurou com investigadores da operação Lava Jato que a primeira avaliação é que o diálogo se trata de uma fraude, sem qualquer consistência com o que existe nas investigações.
Na entrevista coletiva, o deputado sugeriu que um dos interlocutores seria o policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, o "Careca", que havia afirmado, em depoimento, ter sido demandado pelo doleiro Alberto Youssef para entregar dinheiro a Cunha. Investidores da PF disseram ao Broadcast que nenhuma das vozes presentes no áudio divulgado hoje por Cunha é a de "Jayme Careca".