Após reunião informal com deputados e senadores da bancada do PP, nesta quarta-feira (30) o partido optou por esperar o fim da comissão especial de impeachment para decidir se também deixará o governo. De acordo com o líder do partido na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), a expectativa é que o partido reúna seu diretório por volta de 12 de abril.
"O partido fará uma reunião do seu diretório ou no dia anterior à definição da comissão especial do impeachment, ou no dia imediatamente posterior à votação, e aí o diretório se manifestará quanto a permanecer no projeto que o partido construiu, ou tomar outro rumo", afirmou Ribeiro.
A indefinição sobre a data em que será realizada a reunião oficial vem do desacordo no interior da bancada. Enquanto deputados declaradamente de oposição ao governo querem que a decisão aconteça o quanto antes, a ala governista gostaria de ter mais tempo.
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Há consenso, entretanto, que a decisão aconteça antes da votação sobre o impeachment no plenário da Câmara. Há grande expectativa quanto ao posicionamento do PP, especialmente após o desembarque do PMDB. De acordo com Ribeiro, após a janela partidária, o PP alcançou 51 deputados, tornando-se o terceiro maior partido no Congresso.
O número chamou atenção tanto do governo quanto da ala mais próxima ao vice-presidente Michel Temer, que também já acionou a oferta de cargos para conquistar votos do partido na decisão do impeachment. Além da manutenção do Ministério da Integração, atualmente ocupado pelo PP, o partido estaria negociando com o governo o Ministério da Saúde, enquanto a ala de Temer teria ofertado o Ministério das Cidades.
Apesar das indicações de negociação de cargos, os deputados negaram que as abordagens já tenham acontecido, seja por parte do governo, ou de Michel Temer. De acordo com eles, ficou decidido na reunião que ninguém estaria autorizado a aceitar cargos em nome do partido até que a reunião do diretório seja realizada.
"O presidente do partido proibiu qualquer tipo de negociação. O que pode haver, e nós jamais poderíamos impedir, é a especulação", afirmou Esperidião Amin (PP-SC). O líder do partido afirmou que essa negociação é natural da política e que não deveria ser criminalizada. A interlocutores, Ribeiro teria afirmado que, caso as ofertas de cargo se concretizem, é possível que o partido adiante sua decisão de permanecer ou deixar o governo.
Desembarque
Deputados pró-impeachment no partido afirmam que a maior parte da bancada do PP na Câmara é favorável a deixar o governo. Segundo os cálculos de Jerônimo Goergen (PP-RS), pelo menos 30 deputados vão votar para que a presidente Dilma Rousseff seja afastada. "Nós estamos construindo uma posição unânime. Existe uma posição majoritária para sair do governo", disse. Já o líder da bancada, afirmou que não possui essa constatação e que a bancada está atualmente dividida.