Embora esteja sendo cortejado por PSB e PMDB, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), contratou dois escritórios de advocacia especializados em legislação eleitoral para cuidarem da criação de um novo partido.
Segundo interlocutores, Kassab pensa em denominá-lo Partido Democrático Brasileiro (PDB). Nesta semana, o prefeito deu ordem para que os advogados procurem uma sede para o partido em Brasília e elaborem o manifesto e o programa partidário a serem submetidos aos "fundadores" da nova legenda. "O estatuto está basicamente pronto", diz o advogado Admar Gonzaga, que dividirá o trabalho encomendado por Kassab com o colega Alberto Rollo.
Ideologicamente de centro, o novo partido é a alternativa mais "viável" encontrada pelo prefeito para deixar o DEM e levar consigo seus aliados próximos. Kassab quer garantias jurídicas de que seus aliados não correrão o risco de perder o mandato por infidelidade partidária. "A preocupação dele é preservar os companheiros", afirma Gonzaga.
Leia mais:
Câmara aprova castração química para condenados por pedofilia
Um sucesso, diz médico de Lula sobre procedimento na cabeça para evitar novos sangramentos
Alep adiciona oito mil sugestões populares ao orçamento do Paraná
Previsto no Lote 4, Contorno Leste deve ficar para depois de 2030
Kassab deve ficar no DEM até 15 de março, dia da convenção nacional do partido. Após essa data, os advogados terão 90 dias para concluir o processo jurídico de criação da legenda. "Aguardamos apenas a definição do prefeito para deflagrarmos o processo", afirma Admar. Para criar um partido que tenha abrangência nacional, o prefeito precisará de um total de assinaturas equivalente a pelo menos 0,5% do total de votos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados (sem os votos brancos e nulos), distribuídos por ao menos um terço dos Estados.
Os advogados de Kassab não descartam o anúncio da sua desfiliação do DEM durante a convenção. "Pode ser o encontro de despedida dele do DEM", diz Rollo. Ciente da movimentação de Kassab, a cúpula do DEM se reunirá em São Paulo para tratar da possível "debandada" do partido. Na próxima segunda-feira, o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), candidato à presidência do partido, almoçará com os ex-senadores Marco Maciel (PE) e Jorge Bornhausen (SC). O DEM aceita abrir espaço na cúpula do partido para aliados do prefeito, caso ele decida manter sua filiação.