Em entrevista coletiva na manhã de quinta-feira (14), o prefeito Homero Barbosa Neto (PDT) garantiu que "não há nada de errado" na contratação de empresa que teria prestado treinamento aos guardas municipais de Londrina, conforme acusa o vereador Joel Garcia em ação popular movida contra o prefeito, o vice, Joaquim Ribeiros, e os secretários Benjamin Zanlorenci (Defesa Social) e Marco Cito (Gestão Pública). Apesar da garantia de licitude, o prefeito determinou "que a Secretaria de Gestão Pública faça a investigação" e disse que "se houver erro, nós vamos reparar".
Segundo Joel Garcia, uma empresa de Campo Grande - Delmontes Dias Ltda. - venceu a licitação para o treinamento da corporação pelo qual teria recebido R$ 303 mil, mas tal serviço teria sido executado, na verdade, pela Polícia Militar, sem ônus para o município. Outro problema, segundo vereador, seria o fato de a empresa ter recebido pelo treinamento de tiro com pistola, mas o serviço não teria sido executado.
Quanto ao treinamento com armas, o prefeito admitiu que houve irregularidades, uma vez que o município já pagou por um serviço que ainda não foi prestado. No serviço público, o pagamento só deve ocorrer a partir da entrega do produto ou prestação do serviço. "Foi pago um valor para fazer o treinamento de tiro que não foi feito ainda. O treinamento não foi feito justamente porque não tínhamos as armas ainda – não temos essas armas. Mas isso já está ajustado e esse serviço vai ser feito mediante a chegada das armas", disse o prefeito Homero Barbosa Neto.
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Quanto ao curso de formação, o prefeito disse que a Polícia Militar efetivamente treinou os guardas, mas não deixou claro qual seria então o motivo da contratação da empresa para ministrar o curso de formação. "O que eu sei é que a Polícia Militar prestou um serviço para a Prefeitura de Londrina no treinamento para esses guardas desde o primeiro momento e não há qualquer tipo de erro. Vocês poderão ouvir o secretário Zanlorenci, o secretário Marco Cito. Mas o mais importante é que a Guarda Municipal é referência para o Brasil..."
Contradições
O secretário Zanlorenci disse que é obrigatória existência de um convênio entre o município que instala uma guarda municipal e um órgão de segurança estadual e, por isso, um convênio, sem ônus, foi firmado com a Polícia Militar. Sem este treinamento, os membros da corporação não podem obter o porte de arma.
Apesar, disso, ele disse que empresa contratada "ministrou o curso de formação", mas, ao mesmo tempo, disse que o objetivo da empresa era "auxiliar na gestão do curso e também remunerar os instrutores, que são policiais militares, civis, federais, promotores, juízes e essa grande equipe que foi montada para fazer parte deste primeiro processo".
Críticas
Apesar de ter determinado a investigação das acusações de Joel Garcia, Homero Barbosa Neto não poupou críticas ao desafeto político. "Temos que descontar algumas questões: é um vereador que está ferido, que está sendo investigado por denúncias que nós fizemos; que foi expulso do partido; e que tem acusações graves contra sua conduta. É normal que a pessoa saia atirando. Há motivação política nisso".