Os maiores gastos na corrida à Presidência da República estão concentrados na produção dos programas de televisão, rádio e vídeo. Isso é o que indica a prestação parcial de contas feitas pelos candidatos e pelos comitês financeiros encaminhada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na última semana. Para dois dos três principais candidatos, esse item é o responsável pelo maior valor entre os 34 possíveis para inclusão de despesas de campanhas.
No caso de Dilma Rousseff (PT), candidata com maior tempo de exposição na propaganda eleitoral gratuita, o gasto declarado até agora nesse quesito corresponde a 38,7% do valor arrecadado pelo comitê do PT. Dos R$ 11,61 milhões arrecadados pelo comitê petista, Dilma Rousseff declarou ter gasto R$ 4,5 milhões em produções para rádio e TV.
Já Marina Silva (PV) declarou ter gasto, até agora, 28,5% do valor arrecadado por seu comitê na produção de programas audiovisuais. A candidata gastou R$ 1,3 milhão nesse item entre R$ 4,6 milhões de receitas declaradas pelo comitê financeiro da campanha presidencial do PV.
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No caso de José Serra (PSDB), não há referência de quanto foi gasto nesse item. Procurada pela Agência Brasil, a assessoria do candidato informou que a campanha não discriminará esse tipo de despesa.
O maior gasto divulgado por Serra é com serviços prestados por terceiros: 35,5% dos R$ 3,6 milhões arrecadados pelo comitê tucano. O valor provavelmente inclui gastos com produção audiovisual, já que o horário eleitoral gratuito começa no próximo dia 17 de agosto. O programa de Serra é o primeiro a ser exibido.
A preocupação com a produção de vídeos se justifica porque os candidatos e suas assessorias acreditam que os programas podem influenciar o eleitorado. Atualmente, a propaganda eleitoral gratuita veiculada em TV é divida em dois tipos, os programas e as inserções. Os programas, que têm duração de 25 minutos, são transmitidos no início da tarde e à noite, sempre às terças, quintas e sábados. As inserções são veiculadas diariamente, no intervalo das programações e tem até um minuto de duração.
A divisão do tempo entre os candidatos obedece a regras impostas pela legislação eleitoral. Um dos critérios para a distribuição, que acaba fazendo com que um candidato tenha mais tempo que os outros, é a quantidade de parlamentares que foram eleitos pelas legendas no último pleito.
Dilma deverá ficar com aproximadamente 40% dos 25 minutos destinados à propaganda eleitoral dos presidentes, Serra com quase 30% e Marina Silva com quase 5%. Os outros seis candidatos, juntos, ficam com cerca de 26% da exposição. O tempo destinado a cada candidato só será divulgado pelo TSE em definitivo após o julgamento de todos os registros de candidatura, já que o tribunal ainda precisa analisar quatro registros.