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Denúncia do MPF

Prisão para "políticos" no PR é "quase um hotel"

Rosiane Correia de Freitas/Equipe Folha
21 nov 2009 às 10:30

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Cinco pessoas presas esta semana por envolvimento em um esquema de extração e comercialização ilegal de palmito em Guaratuba (litoral do estado) estariam sendo beneficiadas por uma ''detenção especial'' na Quartel da Cavalaria, em Curitiba. A denúncia é do procurador da República no litoral Alessandro José Fernandes de Oliveira, que esteve no local e irá liderar as investigações sobre o caso.

''O local é quase um hotel. Há uma mesa com comidas e café à disposição dos detentos e flagramos dois telefones celulares sendo utilizados'', relata Oliveira. A equipe do procurador registrou em vídeo as irregularidades encontradas e irá acrescentar os fatos à investigação já em andamento sobre o envolvimento dos presos com a perpetuação de crime ambiental.

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''O que chama a atenção é porque esses seis presos teriam direito a esses privilégios e não as outras milhares de pessoas que estão em cadeias e carceragens da capital'', questiona. Segundo Oliveira, os presos estavam sob a guarda da Polícia Federal (PF), mas teriam ido para o Quartel da Cavalaria porque a carceragem da PF em Curitiba estaria lotada.

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O procurador diz que há indícios de que a concessão de benefícios aos presos teria sido uma iniciativa da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SESP). A reportagem da FOLHA tentou contatar o secretário de Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, e a assessoria de imprensa da pasta no início da noite de ontem, sem sucesso.


Outras duas pessoas que também estavam presas na Cavalaria teriam direito a prisão especial. O procurador do município de Guaratuba, Jean Colbert Dias, que foi liberado ontem por ordem da Justiça Federal e um sargento da PM. No total, 17 pessoas continuam presas, entre elas o ex-prefeito da cidade, José Ananias dos Santos (PMDB). O vice-prefeito de Guaratuba, José Ananias Santos Júnior, também é acusado de envolvimento no crime e continua foragido.

Os presos são acusados extrair palmito de áreas de proteção ambiental, como o Parque Nacional de Saint-Hilaire, e comercializar como se tivessem origem em áreas com autorização de extração.


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