O processo de transição tocado pelas equipes do governador Jaime Lerner (PFL) e de seu sucessor Roberto Requião (PMDB), está parado, sem previsão de retomada. Depois do cancelamento da reunião da última terça-feira, não há data marcada para o próximo encontro, segundo o porta-voz da equipe do PMDB e pivô da crise, o deputado estadual e vice-governador eleito Orlando Pessuti. Nos bastidores, o clima é de tensão.
A reunião foi cancelada após o secretário da Fazenda e presidente da Copel, Ingo Hubert, demonstrar irritação com declarações de Pessuti à imprensa, dizendo não acreditar na veracidade de certos dados repassados pelo governo. Até agora, não foi acertado novo encontro entre os dois.
O principal impasse a ser resolvido pelas equipes é um termo de compromisso, onde o PMDB se comprometeria a assumir a responsabilidade pela suspensão de licitações do programa de Saneamento Ambiental (Paranasan), para obras na área de saneamento. O atual governo quer que o governador eleito assine o documento - uma minuta arrematada ontem - antes de barrar as licitações.
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O PMDB, porém, considera desnecessário o termo de compromisso. ''Fomos nós que pedimos a suspensão. É claro que assumiremos a responsabilidade pelas consequências'', argumentou Pessuti.
O secretário de governo, José Cid Campêlo Filho, disse que a minuta seria encaminhada nas próximas horas à equipe do PMDB. Com medo de acusações futuras, o governo Lerner não abre mão do documento por escrito.