O governador Jaime Lerner (PFL) gastou somente em 2002 o valor de R$ 54 milhões exclusivamente com a mídia, o que, à primeira vista, revela um governo muito preocupado com sua imagem.
O dinheiro foi usado no último ano de seu governo em publicidade e comunicação.
Esta semana, a TV Educativa, órgão vinculado ao governo do Estado, divulgou o valor pago a cerca de 80 empresas de comunicação no Estado.
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Somente nos três principais veículos do setor jornal, rádio e TV foram gastos R$ 42,2 milhões.
Na lista, figura em primeiro lugar a produtora de comerciais para TV e cinema, Deiró Cine TV, sediada no Bairro Cristo Rei, em Curitiba, com faturamento de R$ 5,2 milhões.
As seis redes de televisão e os quatro canais independentes, três deles em Curitiba, faturaram juntos R$ 16,6 milhões, com uma delas recebendo R$ 7 milhões. Estão instalados no Estado 29 emissoras de TV.
Constam da lista 17 jornais, que receberam o total de R$ 19,8 milhões. Alguns são de circulação regional e mesmo sem dispor de auditoria do Instituto Verificador de Circulação (IVC) receberam somas elevadas, de até R$ 2,3 milhões.
Já no ranking das 20 emissoras de rádio que mais faturaram com o governo do Estado em 2002, e que juntas receberam R$ 5,7 milhões, a Folha constatou que a maioria pertence a políticos ou pessoas ligadas a grupos políticos. A lista inclui ainda cinemas, gráficas, produtoras e revistas.
Vale ressaltar que 2002 foi um ano eleitoral e, conforme a legislação, a partir de julho, só poderiam ser gastos recursos na área de comunicação em casos de utilidade pública como, por exemplo, campanhas de saúde.
Desta maneira, boa parte destas despesas foram concentradas nos seis primeiros meses do ano.
Os gastos do governo Lerner com publicidade foram alvos de constantes críticas durante os dois mandatos do pefelista.
O deputado federal reeleito, Florisvaldo Fier (PT), o Doutor Rosinha, chegou a entrar com uma ação pedindo que o então governador tornasse públicas as despesas com publicidade.
No final do ano passado, a 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça (TJ) do Paraná acatou os argumentos do petista e determinou que o governo Lerner abrisse os gastos com propaganda entre janeiro de 1995 e outubro de 1997, período questionado por Rosinha.
Na época, a Secretaria de Comunicação Social não quis se manifestar. O deputado alega que, nos primeiros quatro anos da gestão Lerner, foram gastos R$ 400 milhões.