O presidente do PT Rui Falcão disse nesta terça-feira (17), em Brasília, que o partido não apoiará candidatos que defendem o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. "O PT não apoiará candidatos que votaram pelo impeachment ou que apoiaram publicamente o impeachment", disse Falcão, após reunião do diretório do partido, no hotel San Marco, em Brasília.
Rui Falcão, no entanto, não afastou a possibilidade de o partido fazer alianças com peemedebistas nas eleições municipais. "O PMDB é um partido enorme, teve uma participação na luta democrática no passado. Certamente que, Brasil afora, deve ter pessoas confiáveis [no PMDB]. [ ] Se alguém do PMDB quiser participar conosco e não tenha apoiado o impeachment, priorize programas sociais e combata a corrupção, não vejo problema nenhum", disse. PMDB é o partido do presidente interino Michel Temer.
O Diretório Nacional do partido elaborou uma carta com diretrizes para os próximos episódios da política brasileira, como o julgamento do processo de impeachment de Dilma no Senado e as eleições municipais de outubro.
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Dilma Rousseff
Rui Falcão disse que o partido vai se voltar à defesa da presidente afastada Dilma Rousseff e firmar sua posição de que o processo em curso é um "golpe". "Temos em consenso que o centro da tática é 'não ao golpe' e 'fora Temer'".
Falcão disse que serão programadas "ações de convencimento junto aos senadores" e vários atos de rua. Um deles está marcado para o próximo dia 1º de junho. O presidente do PT ainda disse que espera que o processo de impeachment, aberto no Senado, não seja apressado de forma a tirar o direito de defesa de Dilma.
Governo de Michel Temer
Rui Falcão disse não reconhecer o governo do presidente interino Michel Temer e fez críticas à nova gestão. "De forma geral, notamos o caráter machista e restritivo da composição do governo usurpador. Nenhuma mulher, nenhum negro e vários ministros sendo investigados por denúncias de corrupção. [ ] Não reconhecemos esse governo fruto de golpe, ilegítimo. Estamos mobilizados para impedir a retirada de direitos conquistados e queremos a volta da presidenta eleita legitimamente".
Os integrantes do PT criticaram as recentes declarações do ministro da Saúde, Ricardo Barros, de que o tamanho do SUS deveria ser revisto por falta de recursos, e do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, de que a forma de escolha do Procurador-Geral da República poderia ser mudada. Os ministros falaram depois sobre as declarações.
Lula
O presidente do PT ainda sinalizou que o ex-presidente Lula terá um importante papel no Congresso durante o processo de impeachment da presidente afastada. "Ele foi a maior liderança popular que o Brasil já criou e continua sendo. E ele vai ter um papel importante agora, seja no papel de convencimento dos senadores, seja na orientação da oposição e fortalecimento do repúdio ao golpe".