Roberto Requião (PMDB) chorou durante a Escolinha de Governo, reunião semanal com os secretários estaduais. As lágrimas receberam maior destaque da mídia durante o expediente, sem antes soltar outra pérola.
"A ação do governo não é só em defesa do interesse público. É da saúde da mulher também. Embora hoje o câncer de mama seja uma doença masculina também. Deve ser consequência dessas passeatas gay", disse Requião, ao anunciar ações para o controle do câncer no Estado.
Causou mal-estar até mesmo no secretário de Saúde, Gilberto Martins, que tentou amenizar, alertando que a preocupação também precisa ser dos homens. E levou a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) a pedir uma audiência a Requião. A associação diz que ele "tem sido considerado um grande aliado dos direitos humanos de todas as comunidades, inclusive da comunidade de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais".
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A ABGLT lembrou que este ano já foram mortos 19 gays e travestis no Paraná. "As piadas com relação à nossa comunidade infelizmente reforçam o preconceito, a discriminação e a violência que sofremos", diz o ofício enviado ao governador. Segundo a entidade, o comentário "não foi de bom tom". "Felizmente, a plateia não deu gargalhadas", salienta.
No início do mês, Requião já tinha causado constrangimento ao pesquisador Lauro Akio Okuyama, do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), que, ao comentar pesquisas sobre o trigo, reclamou da falta de pessoal na instituição.
Irritado e em tom de deboche, o governador chamou o pesquisador de "japonês", "gafanhoto" e "kung fu". Requião chegou a dizer que iria demiti-lo, mas como Okuyama retrucou que acabaria o programa, visto que somente ele trabalha com o trigo, o governador afirmou que sua pena seria perder o "direito de comer macarrão durante 15 dias".
Em razão de críticas a adversários políticos, imprensa e autoridades, o Ministério Público Federal entrou com várias ações contra o governador, que já foi multado pela Justiça em cerca de R$ 850 mil.