O presidente reeleito do PMDB paranaense, Roberto Requião, criticou ontem em Curitiba, a estratégia do presidente Fernando Henrique Cardoso para impedir a instalação da CPI da Corrupção na Câmara Federal, mas acredita que ela tem chances de ser instalada no Senado. "Quem não assinar o requerimento ficará sob suspeita de querer encobrir algo", disse o senador. Ele acredita que as denúncias publicadas na revista Veja desta semana, devem convencer os mais renitentes. "O governo deve tentar impedir a instalação da CPI no Senado, mas sempre que faz isso, se compromete e cada vez se desmoraliza mais."
Requião também questionou a posição dos 15 senadores da Comissão de Ética - que julga o processo de cassação dos senadores Antonio Carlos Magalhães (PFL/BA) e José Roberto Arruda (sem partido/DF) - e que ainda não assinaram o pedido de CPI para investigar as denúncias de irregularidades no governo federal. Ele defende a cassação dos dois colegas acusados de violar o painel de votações do Senado, mas ressalta que antes dessa decisão ser anunciada, ACM e Arruda podem optar pela renúncia de seus mandatos.
O senador disse que ACM e Arruda devem ser cassados pelo "conjunto da obra", não somente pela violação do painel eletrônico, mas pelas mentiras de ambos ao plenário e à Comissão de Ética. Em todos os depoimentos ACM e Arruda tentaram se eximir da responsabilidade e culpar a diretora do Prodasem, Regina Borges, pela fraude no painel. "O que também me faz pedir medidas duras para os dois foi a tentativa de incriminar somente a funcionária do Prodasem", disse Requião.