O presidente do PMDB no Paraná, senador Roberto Requião, anunciou que está descartada aliança com o PDT nas eleições do próximo ano. O estopim da crise entre os dois partidos foi a filiação dos ex-tucanos Alvaro e Osmar Dias no PDT. Requião esteve reunido à noite com a bancada estadual, em Curitiba, mas parte dos deputados não concorda com a posição do senador.
"Os senadores Alvaro e Osmar Dias escolheram seu caminho. O Leonel Brizola (presidente nacional da sigla) já lançou um ao governo (Alvaro) e outro à reeleição para o Senado (Osmar). Ou seja, eles já têm chapa majoritária", disse Requião. O senador é candidato declarado ao governo estadual, mas poderia concorrer à reeleição.
O líder do PMDB na Assembléia Legislativa, Nereu Moura, disse que a possibilidade de aliança com o PDT "não está descartada em hipótese alguma". De acordo com Moura, os peemedebistas vão trabalhar nos próximos meses para fortalecer a legenda. "Trataremos de coligação no ano que vem, e o PDT é uma das siglas que interessam", declarou.
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O deputado peemedebista Caíto Quintana disse que a união com o PDT está dispensada apenas momentaneamente, porque ambos os partidos têm candidatos ao governo e ao Senado. "No próximo ano discutiremos alianças. Agora não adianta alimentar falsas ilusões", explicou.
Requião havia convidado os irmãos Dias para entrar no PMDB. Com Alvaro praticamente não houve conversa, porque ele também quer disputar o Palácio Iguaçu.
Requião disse que os esforços do PMDB serão dirigidos de agora em diante para a costura de uma aliança com o PT. O PMDB pode coligar ainda com PPS ou outros partidos menores. "O PDT não é inimigo, mas é adversário", resumiu o senador. O rompimento compromete a aliança das oposições para enfrentar o grupo do governador Jaime Lerner (PFL) em 2002.
Na reunião com a bancada, os peemedebistas estabeleceram um roteiro de conversações com outros partidos, para a formação de uma frente de oposição. Por enquanto, o PMDB exige que o candidato ao governo seja Requião. As candidaturas a vice e as duas vagas para o Senado estão em aberto. Em 2002, o PMDB quer, no mínimo, dobrar as representações na Assembléia Legislativa e na Câmara Federal.
Apesar da postura de Requião, o presidente estadual do PDT, Nelton Friedrich, não descarta aliança com o PMDB. "Vamos lutar até o fim pela união dos partidos de oposição em torno de um projeto e de um nome. O modelo atual de governo está corrompido e tem que ser barrado", declarou. Friedrich afirmou que o PMDB não será visto como inimigo. "Convido novamente o senador para a união das oposições", emendou.