O debate entre os candidatos ao governo do Paraná realizado pela Tv Bandeirantes, em Curitiba, na noite desta segunda-feira (28), foi marcado pela troca de acusações entre Roberto Requião (PMDB), Osmar Dias (PDT) e Rubens Bueno.
Para o clima ficar ainda mais tenso, o sorteio definiu que Requião e Osmar Dias se sentassem lado a lado. Além deles e de Rubens Bueno, estavam presentes também o senador Flávio Arns (PT), Luiz Adão (PSDC), Melo Viana (PV), Luis Felipe Bergmann (P-Sol) e Luis Antônio Forte (PSL).
O encontro começou com uma pergunta da produção: Como aperfeiçoar o sistema de representação popular no Brasil? Pelo sorteio previamente feito quem começou a responder foi o senador Osmar Dias (PDT). E ele já aproveitou para dar a primeira alfinetada indireta no governador Roberto Requião ao afirmar que os eleitores não deveriam votar naqueles que prometem e não cumprem. Mostrava ali que o que aconteceu durante o dia se repetiria à noite.
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Osmar Dias e Rubens Bueno questionaram números apresetandos por Requião nos setores de Saúde e Educação. O candidato do PPS defendeu que é preciso respeitar a lei federal que obriga o governo a investir 12% do orçamento em Saúde e 25% na Educação, o que, segundo ele, não vem ocorrendo na atual administração. "Governador que não prioriza a educação não merece ser reeleito e nem ir para segunda época", afirmou, ao se referir a Roberto Requião, candidato à reeleição.
O candidato do PDT afirmou que leu o programa de governo e o discurso de posse do governador que teria prometido baixar ou acabar com o pedágio, construir 200 mil casas populares, dar seguro aos agricultores e destinar 25% do orçamento para a Educação. Segundo Osmar, nenhuma dessas promessas teria sido cumprida.
Já Requião desfilava números e projetos em andamento no seu governo. A tensão era visível em alguns e durante o debate vários pedidos de direito de resposta foram feitos, mas apenas um deles aceito pela assessoria jurídica da Band, justamente a favor de Osmar Dias depois de acusação de Requião.
Os candidatos também aproveitaram para criticar Requião sobre a promessa de campanha de abaixar ou acabar com o pedágio. A alfinetada veio na pergunta feita por Osmar a Luis Antônio Forte. Osmar perguntou o que Forte achava dos pedágios no Paraná, que não baixaram o preço nem acabaram. Forte disse que, como caminhoneiro, ficou muito triste com a continuidade do pedágio. Osmar então completou, dizendo que o eleitor não deve votar em políticos que só fazem promessas, iludindo o eleitor.
Flávio Arns ficou visivelmente constrangido com uma pergunta feita por Luiz Adão sobre as denúncias de corrupção no PT. Luiz Adão perguntou para Flávio Arns se ele, caso eleito, pretenderia usar os mesmos métodos de partido dele, o PT, para governar o Paraná? Arns afirmou que sim, que usaria os mesmos métodos e passou a falar do "desenvolvimento extraordinário do ser humano" com programas do governo federal como o Bolsa Família, o PróUni, e afirmou que houve avanços na agricultura familiar, desenvolvimento ambiental, e também avanço na ética e na transparência "apesar do que aconteceu, que deve ser investigado". E lembrou que a PF nunca trabalhou tanto.
Requião voltou a atacar Osmar a respeito da compra de uma fazenda no Tocantis. O governador apontou irregularidades na declaração de renda apresentada ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do segundo colocado nas pesquisas. Segundo Requião, na relação, uma fazenda no Tocantins com 83 quilômetros quadrados aparece "escondida" em cotas de uma empresa com sede em Curitiba e com um valor muito abaixo do mercado.
"Não quero bater boca, mas não é possível que uma fazenda de R$ 20 milhões possa valer apenas R$ 2 milhões e 500 mil na declaração de bens ao TRE. Eu conheço o Osmar (Dias) há muito tempo, já foi meu secretário. Não foi um mau secretário, eu o elogio muito. Mas, alguém atrapalhou esta declaração de renda dele e quem vai resolver isso é a Justiça Eleitoral", finalizou Requião.
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