O governador Beto Richa (PSDB) voltou a culpar o PT, em entrevista coletiva em Londrina nesta quinta-feira (8), pela manifestação realizada na Assembleia Legislativa durante a sessão da última terça-feira (6).
Na ocasião, inúmeras pessoas ocuparam o plenário da Alep para tentar impedir que os deputados aprovassem o projeto de lei, de autoria do Executivo Estadual, que autoriza o governo a contratar Organizações Sociais (OSs) para ficar responsável por alguns serviços prestados pelo poder público.
Apesar do protesto, os parlamentares aprovaram a medida em segunda discussão, na terça, no chamado 'plenarinho' da Casa, e em terceira, na quarta-feira (7), escoltados pelo Pelotão de Choque da Polícia Militar. A PM impediu que os manifestantes acompanhassem a última votação do projeto.
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No entendimento de Richa, o protesto foi "orquestrado" pelo PT. "São deputados que querem denegrir a minha imagem. A manifestação significa falta de respeito. Eles desrespeitaram os deputados e quem estava acompanhando a sessão. Foi por isso que, na quarta-feira, a Assembleia teve que tomar uma atitude mais drástica, para evitar novos protestos do gênero", argumentou.
O deputado Tadeu Veneri (PT), responsável por fazer oposição ao projeto das OSs, disse que Beto Richa "quer fugir do debate". "O governador tem uma grande dificuldade de dialogar com a população. A dificuldade fica exposta em questões como essa." No entendimento do parlamentar, Richa não quer ser governador. "Ele está confundindo a função que exerce com a de príncipe. Como homem público, deveria ter ouvido a população, mas não o fez."
Um dos pontos que mais revoltaram a população foi a não realização de audiências públicas para discutir o projeto das terceirizações. "O governador errou, mas não quer admitir. Por isso, fica tentanto culpar este ou aquele partido pelo protesto. O que ele tem que entender é que não foi o PT ou o PMDB que foi responsável pela manifestação, mas a população, que está indignada com a aprovação da medida", destacou Veneri. Richa não entende assim. "Se o governo tiver que fazer audiência pública para tudo, os projetos não vão andar."
Apesar de toda a instatisfação demonstrada através das manifestações, o governador defendeu a contratação das chamadas OSs. "O próprio prefeito de Pinhais, que é do PT, disse para mim que o hospital da cidade só começou a funcionar depois que foi assumido por uma Organização Social. São entidades sem fins lucrativos, utilizadas por diversos estados e cidades, e que, com certeza, terão que prestar contas quando forem contratadas", garantiu.