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Rodrigo Pacheco é eleito presidente do Senado com apoio de Bolsonaro e Alcolumbre

Renata Machado e Thiago Resende - Folhapress
02 fev 2021 às 08:37
- Marcos Oliveira - Agência Senado
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O senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), 44, venceu nesta segunda-feira (1º) a eleição para a presidência do Senado, casa legislativa que vai comandar pelos próximos dois anos.


Pacheco vai suceder Davi Alcolumbre (DEM-AP), seu padrinho político nessa disputa, que se engajou completamente na articulação por apoio e votos. Pacheco também era o candidato do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

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​O senador mineiro obteve um total de 57 votos na disputa, acima dos 41 necessários para se tornar presidente da Casa -o que corresponde à maioria absoluta dos votos.
Sua concorrente mais direta na disputa, Simone Tebet (MDB-MS) perdeu força na reta final da campanha, principalmente após o racha em sua bancada o MDB. Terminou a eleição com 21 votos.

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A disputa começou com outros três candidatos: Major Olímpio (PSL-SP), Lasier Martins (Podemos-RS) e Jorge Kajuru (Cidadania-GO). Os três, porém, desistiram às vésperas da votação e anunciaram apoio a Tebet.

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Em discurso após sua vitória, Pacheco disse que as reformas tributária e administrativa precisam ser enfrentadas com urgência, mas sem atropelo.


"Muitas decisões importantes se avizinham. A votação de reformas que dividem opiniões, como a reforma tributária e a reforma administrativa deverão ser enfrentadas com urgência, mas sem atropelo. O ritmo dessas e de outras reformas importantes será sempre definido em conjunto com os líderes e com o plenário desta Casa", afirmou.

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Pacheco defendeu a importância da independência do Senado em relação aos outros Poderes, apesar de o Palácio do Planalto ter atuado para fortalecer sua campanha.


O novo presidente do Senado declarou que a Casa deverá analisar medidas e reformas para o desenvolvimento econômico do país, além de propostas para gerar empregos.
O senador mineiro está em seu primeiro mandato no Senado, após quatro anos como deputado federal.

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O então líder da bancada do DEM se tornou o nome de Alcolumbre na disputa, após o próprio ser impedido de disputar a reeleição. O ex-presidente do Senado tinha certeza da sua recondução, tanto que articulou com antecedência o apoio de muitos partidos.


No entanto, foi surpreendido em dezembro com a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que barrou a reeleição dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, em uma mesma legislatura.

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Alcolumbre chegou a trabalhar com outros nomes, mas que foram perdendo força ou recusaram entrar na disputa. Rodrigo Pacheco então se mostrou a melhor opção.


Nas vésperas do Natal, o então presidente do Senado levou seu apadrinhado para receber a benção de Bolsonaro, em um almoço no Palácio do Alvorada. Publicamente, Bolsonaro afirmou algumas semanas depois que sentia "simpatia" pelo senador por Minas Gerais.

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Pacheco herdou então parte das articulações de Alcolumbre e chegou no dia da votação como grande favorito. Sua candidatura recebeu o apoio de 10 bancadas no Senado -DEM, PDT, PL, PP, PROS, PSC, PSD, PT, Rede e Republicanos.


O grande apoio obtido foi fruto de uma estratégia agressiva do grupo de Alcolumbre, que almejou fechar o máximo de alianças enquanto os partidos rivais ainda discutiam nomes para a disputa.

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O então presidente do Senado ainda contava com o aval do Planalto para negociar cargos e a liberação de recursos.


Além dos apoios de partidos, o grupo conseguiu "traições" em bancadas que inicialmente estariam completamente com sua principal rival. O golpe fatal foi conseguir rachar a bancada do próprio MDB, forçando a senadora de Mato Grosso do Sul a concorrer como avulsa.


​​O MDB pretendia se recuperar da derrota em 2019 e anunciou que estaria unido em torno de uma única candidatura. Simone Tebet foi confirmada no dia 12 de janeiro, após os outros três pré-candidatos fracassarem em obter apoio de outras bancadas.


Estavam na disputa o líder da bancada, Eduardo Braga (MDB-AM) e os líderes do governo Bolsonaro no Senado e no Congresso, respectivamente Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) e Eduardo Gomes (MDB-TO).


Alguns membros da bancada, no entanto, manifestavam reservas com Simone Tebet. Quando o apoio prometido a ela de outras bancadas não se concretizou, cresceu a pressão para que desistisse da candidatura. O argumento era que, como a derrota parecia certa, seria melhor compor com os rivais para obter espaço na Mesa Diretora.


Faltando menos de uma semana para a eleição, Alcolumbre fez uma grande ofensiva para barrar a candidatura do MDB. Em reunião com Braga, ofereceu à bancada a primeira vice-presidência da Casa, a Segunda Secretaria da Mesa Diretora e o comando de duas comissões, em troca da adesão à candidatura de Rodrigo Pacheco.


Mesmo antes do encerramento das negociações, Tebet viu que havia perdido o apoio de sua bancada e lançou sua candidatura como avulsa. A senadora contava apenas com o apoio da bancada do Podemos, que conta com nove senadores - embora dois, Romário (Podemos-RJ) e Marcos do Val (Podemos-ES) já manifestavam apoio a Pacheco - Cidadania (com 3 senadores), PSL (com 2 votos) e parte das bancadas do PSDB e do MDB.


Em discurso, antes do resultado da eleição, Tebet criticou a interferência do governo na disputa. Ao distribuir emendas e cargos públicos, aliados de Bolsonaro impulsionaram a candidatura de Pacheco.


"Independência não para fazer oposição, mas para que possamos exercer o nosso poder constitucional de legislar e fiscalizar os demais poderes. Legislar visando o interesse público. Fiscalizar para que sejamos freio e contrapeso a qualquer tentativa de abuso de poder vindo de quem quer que seja, seja qual for o governo, seja qual for o poder", afirmou.


O uso da máquina pública também foi contestado por Martins, Olímpio e Kajuru, que, antes de desistirem das candidaturas, discursaram no plenário.


Senadores avaliam que a vitória de Pacheco representa uma grande demonstração de força de Alcolumbre, que conseguiu o improvável de vencer a disputa e colocando na presidência o representande de uma bancada com apenas cinco parlamentares.


Parlamentares também acreditam que Pacheco deve manter um posicionamento político parecido com o de Alcolumbre, evitando embates com o Palácio do Planalto e abrindo espaço para o avanço de pautas prioritárias na área econômica.


O senador, de perfil liberal, votou alinhado com o governo nas matérias econômicas, mas contrariou nas pautas de costume. Foi a favor, por exemplo, do decreto legislativo que derrubou os efeitos de um decreto presidencial que flexibilizou o porte de armas.


Durante a campanha, contrariando o governo, defendeu a prorrogação do auxílio emergencial, mesmo que significasse furar o teto de gastos, como afirmou em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.


Por outro lado, evitou fazer críticas à condução do governo no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus.


Em um aceno ao Planalto, sinalizou que não deve avançar no Conselho de Ética as denúncias contra o filho mais velho do presidente, Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), por conta do caso das rachadinhas. Pacheco defende que o conselho não deve analisar casos anteriores ao mandato dos parlamentares.


Em relação ao MDB, trata-se da segunda derrota seguida do partido que detém regularmente a maior bancada do Senado - atualmente conta com 15 senadores.


Em 2019, a sigla rachou após disputa interna que terminou com o apoio ao nome de Renan Calheiros (MDB-AL). Sem aceitar o resultado, Simone Tebet lançou sua candidatura como avulsa e depois articulou para a vitória de Alcolumbre.


Dois anos mais tarde, o partido buscava resgatar a regra da proporcionalidade, que reserva a presidência para a maior bancada da Casa. No entanto, sem conseguir fazer decolar a candidatura, o partido preferiu negociar para evitar sair de mãos vazias da eleição.

O movimento é visto como um rebaixamento do partido, que dominou o Senado em praticamente todo o período da Nova República -essa é apenas a terceira vez que não vai presidir a Casa. O próprio Calheiros vociferou em um grupo interno de WhatsApp, afirmando que o partido desistiu da luta por "carguinhos".


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